Uma tentativa de prender o sacerdote espanhol Custodio Ballester por criticar as celebrações do “orgulho gay” na Espanha fracassou recentemente, depois que a Generalitat da Catalunha arquivou a denuncia contra ele.

Em um documento ao qual o Grupo ACI teve acesso, a Generalitat da Catalunha confirmou que abriu uma diligência sobre o caso do Pe. Ballester, mas “constatou-se que não era possível abrir um procedimento administrativo sancionador, porque não incorreu em nenhuma infração administrativa”.

De acordo com o organismo catalão, as declarações do sacerdote espanhol se deram “no âmbito do exercício do direito da liberdade de expressão, opinião e ideologia da pessoa”.

A Generalitat indicou, em seguida, que no dia 12 de julho, a Área de Igualdade de Tratamento e Não Discriminação de Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) “procedeu a fechar e arquivar este expediente”.

As pressões para a prisão de Pe. Ballester começaram depois que, no dia 24 de junho, em uma homilia pronunciada em sua paróquia da Imaculada Conceição de L’Hospitalet de Llobregat, o sacerdote lamentou que “esquecemos que a homossexualidade é um pecado gravíssimo, porque é contra a natureza do ser humano, que é chamado a se unir a sua mulher e ser os dois uma só carne”.

Nessa ocasião, Pe. Ballester criticou os eventos de celebração do orgulho gay em Madri e Barcelona, nos quais os homossexuais mostram “suas ‘vergonhas’ publicamente”.

“Esses que mostram suas ‘vergonhas’ estão fazendo errado”, disse e assegurou: “Já tenho muitos pecados para ter também e de não falar a verdade”.

As palavras do sacerdote espanhol foram recebidas com críticas por diversas autoridades, como a prefeita de L’Hospitalet de Llobregat, Núria Marín, do Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC), que classificou a homilia de “intolerável” no Twitter.

“Não queremos LGBTIfobia em L’Hospitalet”, assinalou, em referência ao coletivo de lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais, e assegurou que atitudes como a do sacerdote espanhol “fomentam comportamentos de ódio”.

Em declarações ao Grupo ACI, Pe. Ballester expressou sua satisfação pela resolução da Generalitat e assegurou que “foi aberto um caminho nas turbulentas águas desse Mar Vermelho de pensamento único LGBT e de amedrontamento da discrepância”.

O sacerdote espanhol expressou sua confiança em que “muitos outros pastores transitem” por este caminho, pois “somente anunciando a verdade sem medo manteremos aberto o caminho para que a luz do Evangelho no seja inundada pelas águas deste mundo”.

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