Depois que o exército iraquiano libertou no dia 10 de julho a cidade de Mossul das mãos do Estado Islâmico (ISIS), o Patriarca Caldeu, Dom Rafael Louis Sako, fez um apelo aos cristãos para que ajudem a construir a paz no país.

Em um comunicado divulgado pelo Patriarcado Caldeu da Babilônia, Dom Rafael Sako indicou que os três anos de ocupação terrorista de Mossul e das aldeias da Planície de Nínive foram uma experiência “trágica e muito dolorosa”.

Entretanto, indicou que ainda há “um longo e difícil caminho para eliminar radicalmente o ISIS da região e reconstruir o que foi destruído para alcançar a paz, a segurança e a estabilidade”.

Dom Rafael Louis Sako pediu aos cristãos que “avaliem a situação, aprendam a lição e percebam que devem voltar rápido para as suas terras antes que outro faça isso, em vez de perder o tempo esperando, brigando e dividindo a comunidade”, sublinhou.

Acrescentou que este é o momento para que “renovem seu compromisso ético e moral, confirmem a sua presença, recuperem as suas propriedades, peçam uma compensação pelas suas perdas, obtenham sua parte da ajuda e garantam a sua proteção”.

Nesse sentido, Dom Rafael Sako fez três pedidos aos cristãos para contribuir na construção da paz no Iraque.

O primeiro é “unir-se na reconstrução das casas e reabilitação das infraestruturas para facilitar o regresso das pessoas deslocadas às suas casas”. Para isso, pediu aos fiéis que se “mantenham afastados” de tudo aquilo que dificulte essa tarefa.

O segundo pedido é formar uma equipe de sete a dez pessoas sábias e capazes de ser “porta-vozes dos cristãos para levar o espírito de unidade e de comunicação às pessoas certas a nível nacional e internacional”.

Indicou que para unir os cristãos no Iraque é necessário que eles renunciem os seus interesses pessoais, esqueçam os problemas que ocorreram no passado e participem na vida pública de forma construtiva e eficaz com os muçulmanos e os outros grupos étnicos.

No terceiro pedido, Dom Rafael Sako manifestou a necessidade de ter uma estrutura de meios de comunicação para que os cristãos compartilhem as suas dificuldades e aspirações.

“Isso os ajudará a superar as complexidades da sua realidade atual e a transformar as suas diferenças em uma unidade construtiva, ajudará que sejam solidários, que intensifiquem a sua existência. Também para que promovam uma cultura de abertura que ajude a alcançar a paz, a estabilidade e uma vida decente”, expressou.

Em seguida, o Patriarca Caldeu esclareceu que a “Igreja não é a substituta dos políticos leais”, mas “levanta a voz para dizer a verdade sobre assuntos públicos, especialmente quando se trata de construir a paz, a justiça e proporcionar uma vida decente para os cidadãos”.

O Prelado concluiu a sua mensagem pedindo a Deus que os cristãos deslocados regressem às suas aldeias e cidades de origem e “possam ??viver em paz com seus vizinhos muçulmanos, yazidis, turcomanos e shabak, e que trabalhem juntos para gerar confiança e um futuro novo e melhor, baseado na sua experiência ‘histórica’ de convivência”.

Por sua parte, no dia 13 de julho, o embaixador do Iraque ante a Santa Sé, Omer Ahmed Karim Berzinji, manifestou durante uma coletiva de imprensa que “a derrota do Estado Islâmico em Mossul é o começo do seu fim”.

Afirmou também que “depois desta batalha, os iraquianos estão muito mais unidos, e se reagruparam todos juntos para derrotar este inimigo maligno”.

Berzinji também pediu que intensifiquem a ajuda da comunidade internacional para a reconstrução de Mossul e da Planície de Nínive porque “a vitória não será completa enquanto os refugiados não regressarem para suas casas e não lhes garantam os serviços essenciais “.

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