Os organizadores da Marcha pela Vida realizada em Dublin, Irlanda, no último dia 1º de julho, informaram que cerca de 80 mil pessoas saíram às ruas diante da possibilidade de que o aborto seja legalizado no país europeu.

Desde 2013, o aborto na Irlanda só é legal quando a mulher apresenta indícios de querer se suicidar.

A marcha, que é realizada todos os anos, foi convocada pelas organizações pró-vida Life Institute, Youth Defence e Northern Ireland Group Precious Life.

O lema da manifestação foi “Save the 8th” (Salvem a 8ª) e refere-se à Oitava Emenda da Constituição da Irlanda que reconhece “o direito à vida do não nascido e, com a devida consideração ao mesmo direito à vida da mãe, garanta em suas leis respeitar e, tanto quanto praticável, defender e reivindicar em suas leis esse direito”.

A porta-voz de Life Institute, Niamh Uí Bhriain, disse aos meios de comunicação locais que “a Marcha pela Vida sempre é um evento grande, colorido, emocionante, mas neste ano tem um enfoque especial: dizer ao governo e à nação que a maioria pró-vida está ativa e motivada e que, se queremos proteger as vidas da mãe e do bebê, devemos salvar a oitava”.

Atualmente esta emenda corre perigo de ser revogada por causa da pressão política e social que se gerou por uma forte campanha a favor do aborto, promovida por organizações como a ONG Anistia Internacional e o Comitê de Direitos Humanos da ONU.

Em 2006, a Assembleia Cidadã, convocada pelo Parlamento, votou para que se submeta uma revisão a Oitava Emenda, aprovada em 1983, para assim poder legalizar o aborto no país.

Leo Varadkar, recentemente eleito Primeiro Ministro da Irlanda e abertamente homossexual, anunciou que convocará um referendo em 2018 para submeter à votação se a Oitava Emenda deve ou não continuar em vigência. Nesse mesmo ano, o Papa Francisco visitará o país para participar do Encontro Mundial das Famílias.

Em maio, durante a campanha eleitoral, Varadkar disse que “a Oitava Emenda é muito restritiva” e que considerava que o aborto deveria ser legal em casos de violação, incesto, perigo à saúde da mãe ou que o bebê não tenha possibilidades de sobreviver.

Segundo informou ‘Catholic Herald’, na Marcha pela Vida havia famílias, jovens e idosos que carregavam vários cartazes com mensagens pró-vida em meio a um ambiente de festa.

“A criança é a batida do coração da Igreja, agora e para sempre, e cada batida do coração conta”, expressou uma mulher irlandesa.

Outra manifestou: “Estou aqui porque nosso país precisa da Oitava mais do que nunca. É muito importante que amemos todos os nossos bebês, incluindo os deficientes”.

Por sua parte, um sacerdote franciscano, Pe. Bryan Shortall, indicou: “Minha família lutou muito para conseguir que a Oitava emenda fosse aprovada em 1983 e acredito que esta serviu bem ao nosso país”.

O político e ativista Declan Ganley manifestou que “há poucos grupos humanos que estão mais indefesos do que um não nascido... e nós não permitiremos que suprimam a Oitava Emenda e desumanizem os não nascidos, porque isso é Irlanda, e defendemos os verdadeiros direitos humanos!”.

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