Na homilia da Missa no exterior da Basílica de João de Latrão, em Roma, pela Solenidade de Corpus Christi, o Papa Francisco assegurou que a Eucaristia é o “sacramento da memória que nos recorda, de forma real e tangível, a história de amor de Deus para nós”.

“Recorda-te: diz, hoje, a Palavra divina a cada um de nós. A partir da recordação das façanhas do Senhor, ganhou força o caminho do povo no deserto; é na recordação daquilo que o Senhor fez por nós que se fundamenta a nossa história pessoal de salvação”, disse o Santo Padre.

Nesse sentido, ressaltou que “recordar é essencial para a fé, como a água para uma planta: assim como esta não pode permanecer viva e dar fruto sem água, assim também a fé se não beber na memória daquilo que o Senhor fez por nós”.

“A memória é importante, porque nos permite permanecer no amor, permite recordar, isto é, trazer no coração, não esquecer quem nos ama e a quem somos chamados a amar”, acrescentou o Pontífice.

Entretanto, afirmou que esta faculdade que Deus nos deu se encontra hoje “debilitada”, devido ao “frenesim em que estamos imersos”.

“Deste modo, mandando em fumo as recordações e vivendo cingidos ao instante presente, corre-se o risco de ficar à superfície, vendo o fluir das coisas que acontecem sem descer em profundidade, sem aquela espessura que nos recorda quem somos e para onde vamos. Então a vida exterior acaba fragmentada, e a interior inerte”, advertiu.

Em seguida, o Santo Padre enfatizou que, diante da debilidade humana, “o Senhor vem ao nosso encontro nos panos de uma amorosa fragilidade, que é a Eucaristia”.

“No Pão de vida, o Senhor vem visitar-nos fazendo-Se humilde alimento que amorosamente cura a nossa memória adoentada de frenesim. Porque a Eucaristia é o memorial do amor de Deus”, acrescentou.

Disse ainda que este sacramento “é a nossa força, o sustentáculo do nosso caminhar. É por isso que nos faz tão bem o memorial eucarístico: não é uma memória abstrata, fria e conceitualista, mas a memória viva e consoladora do amor de Deus”.

O Santo padre indicou que a Eucaristia “cura as feridas do passado e apazigua a recordação das injustiças sofridas e infligidas; uma memória paciente, porque sabemos que o Espírito de Jesus permanece em nós nas adversidades”.

“A Eucaristia encoraja-nos: mesmo no caminho mais acidentado, não estamos sozinhos, o Senhor não Se esquece de nós e, sempre que vamos até Ele, alenta-nos com amor”.

Finalmente, o Papa pediu que “vivendo a Eucaristia, adoremos e agradeçamos ao Senhor por este dom supremo: memória viva do seu amor, que forma de nós um só corpo e nos conduz à unidade”.

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