A Sala de Imprensa da Santa Sé informou na segunda-feira que o Papa Francisco receberá um grupo de bispos da Venezuela para falar sobre a crise atual.

Greg Burke, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, informou que o Santo Padre receberá o Conselho da Presidência da Conferência Episcopal da Venezuela na quinta-feira, 8 de junho.

O encontro, assinala Burke, “foi solicitado pela Conferência Episcopal, que deseja conversar com o Papa sobre a situação da Venezuela”.

Os prelados que serão recebidos pelo Papa são: Dom Diego Padrón, presidente da CEV; Dom José Luis Azuaje, primeiro vice-presidente; Dom Mario Moronta, segundo vice-presidente; Dom Víctor Hugo Basabe, secretário geral; e os Cardeais Jorge Urosa Savino e Baltazar Porras, presidentes honorários.

Há dois meses, os protestos contra o regime venezuelano não param. Os manifestantes sofrem a violência e a repressão das forças de segurança.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou uma Assembleia Constituinte no dia 1º de maio para modificar a Carta Magna de 1999, aprovada por Hugo Chávez. O anúncio do mandatário foi rechaçado pela oposição e por vários países da região, o que levou a OEA a organizar uma reunião na quarta-feira, 31 de maio, para discutir a crise venezuelana.

Entretanto, devido à falta de acordo, os membros da OEA decidiram cancelar a reunião e continuar trabalhando em uma declaração antes da Assembleia Geral, a ser realizada no México entre os dias 19 e 21 de junho.

Além disso, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) afirmou em uma decisão divulgada na quarta-feira que “não é necessário nem constitucionalmente obrigatório um referendo consultivo prévio para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte”.

Esta decisão também foi criticada pela Procuradora Geral, Luisa Ortega, que pediu um esclarecimento ao Tribunal, pois considera que o processo da Constituinte viola a participação popular.

Em uma recente entrevista ao jornal espanhol ABC, Dom Diego Padrón, indicou que o Episcopado também rechaçou a Constituinte, pois “é desnecessária” e porque “as pessoas não precisam de uma nova Constituição”, mas de “alimentos, remédios, segurança e um caminho de eleições, que respeite a soberania do povo”.

O presidente do Episcopado advertiu que “na Venezuela as pessoas estão morrendo por falta de alimentos e remédios. As pessoas comem lixo. Há uma taxa de 11% de desnutrição infantil, segundo a Caritas. O governo não atende a população infantil menor de 5 anos. A desnutrição é um fenômeno irreversível”.

Entretanto, “diante de uma situação tão difícil, o governo só apresenta uma (Assembleia Nacional) Constituinte que não corresponde às necessidades importantes, como a abertura de um canal humanitário”.

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