Um relatório publicado no dia 19 de maio pelas Nações Unidas revela que episódios de violência no Sudão de Sul podem “constituir crimes de guerra ou contra a humanidade”, especialmente na região de Yei, a cerca de 150 quilômetros da capital Juba.

O documento, que compreende o período entre julho de 2016 e janeiro deste ano, revela uma sistemática violação dos direitos humanos na região. São apontados casos de bombardeamentos, incêndios, assassinatos e violência sexual.

O relatório foi produzido pela equipe de direitos humanos da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, e pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU. No texto, a entidade defende que se proceda uma investigação ainda mais desenvolvida.

São feitas referências a “bombardeamentos indiscriminados a civis, assassinatos, saques e incêndios a propriedades da população”, bem como “violência sexual a mulheres e meninas”, incluindo as que estariam “fugindo dos combates”.

O país está envolvido por uma guerra civil desde dezembro de 2013, quando Kiir acusou seu ex-vice-presidente, Riek Machar, de tentar dar um golpe de Estado. Desde então, existe um forte conflito entre seus partidários, em grande caracterizado por um conflito complexo entre as duas principais etnias existentes no país: os nuer e os dinka.

Segundo o relatório, a cidade de Yei era pacífica e tinha cerca de 300 mil habitantes. Porém, com o conflito, calcula-se que metade dessa população tenha abandonado a região.

A ONU assinala ainda que a região enfrenta um “profundo sofrimento humanos causado pelo conflito em curso e a exploração de divisões étnicas e locais para fins políticos”. Além disso, alerta para o “alto nível de impunidade” no país.

Imagens de satélite mostram vastas regiões devastadas, com casas e centros comerciais queimados de forma generalizada, resultado da violência e dos ataques exercidos contra as populações civis.

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