O Arcebispo de Los Angeles, nos Estados Unidos, Dom José Gómez, denunciou que é inconcebível a falta de ação, de preocupação e a indiferença ante a perseguição e o assassinato dos cristãos no Oriente Médio.

Em sua nova coluna semanal, o Prelado indicou que “calcula que em todo o mundo, todos os dias e a cada hora há um cristão assassinado por causa da sua fé. Vale a pena reler novamente, lentamente, esta frase”.

Dom Gómez destacou que “mais de 200 milhões de cristãos vivem diariamente em risco de perseguição, segundo um número crescente de relatórios nos últimos anos, divulgados pelas autoridades do Departamento de Estado dos Estados Unidos e da União Europeia, até agências não governamentais, tais como o Pew Research Center”.

“Essa experiência diária de ser cristão, para muitas pessoas inclui ser torturado e assassinado, que as suas escolas e igrejas sejam destruídas, que suas casas sejam confiscadas”, manifestou.

“A perseguição é tão terrível que a população cristã do Iraque, uma das comunidades cristãs mais antigas do mundo, atualmente é de apenas 250 mil. E os cristãos na Síria são menos de 500 mil”, denunciou.

O Arcebispo de Los Angeles também sublinhou que “o Papa Francisco disse que a campanha islâmica contra o cristianismo no Oriente Médio é uma forma de ‘genocídio’” e que o governo dos Estados Unidos também denunciou o mesmo.

Recordou que há um ano o governo desse país reconheceu que o grupo terrorista Estado Islâmico estava cometendo um genocídio contra os cristãos e outras minorias religiosas do Oriente Médio. Acrescentou que ambas as câmaras do Congresso aprovaram medidas para condenar este genocídio.

“Mas tudo ficou limitado às palavras e não houve nenhuma ação”, manifestou o Prelado.

“Desde que foram feitas estas declarações, cristãos, yazidis e outros grupos perseguidos não receberam nenhuma proteção nem assistência, tanto do nosso governo, como das Nações Unidas. Dezenas de milhares de pessoas vivem quase como refugiadas permanentes nos campos do Iraque e em outros lugares”, indicou.

“A falta de ação, a falta de preocupação e a indiferença dos meios e inclusive de nossas igrejas é inconcebível. Não deveríamos aceitar um mundo no qual alguns podem assassinar em nome de Deus e outros podem ser assassinados simplesmente pelo fato de crer em Jesus Cristo”, denunciou Dom Gómez.

Por outro lado, o Prelado fez um apelo a todos os católicos nos Estados Unidos para pedir aos seus representantes no Congresso que apoiem a proposta de uma “lei de emergência para socorrer e assumir a responsabilidade ante o genocídio do Iraque e da Síria (H.R. 390)”, que proporcionaria uma assistência vital aos sobreviventes do genocídio e criaria um sistema para investigar e processar aqueles que cometem essas atrocidades.

O Arcebispo de Los Angeles indicou que apoiar esta iniciativa “é o mínimo que podemos fazer. A cada ‘novo mártir’ que ouvimos falar, há muitos que nunca conheceremos”.

Neste sentido, o Prelado recordou que o Papa Francisco contou uma história que ouviu durante sua viagem a Lesbos sobre um muçulmano que estava casado com uma cristã e que, quando os jihadistas invadiram a sua casa, exigiram que a sua mulher tirasse o seu crucifixo. Como ela se recusou, mataram-na.

“Esta é a terrível realidade da perseguição anticristã no mundo de hoje”, assinalou.

Dom Gómez também destacou a homenagem que o Santo Padre fez aos mártires de hoje: “‘O que Igreja de hoje precisa?’ Mártires, testemunhos, ou seja, santos da vida cotidiana, esses santos que vivem uma vida ordinária, enfrentando-a com coerência”.

“Devemos ser este tipo de testemunho, esse tipo de santos da vida cotidiana. E devemos buscar novas maneiras de ajudar os cristãos no Oriente Médio, para pôr fim à violência e começar o processo de cura e de reconciliação”, concluiu o Prelado.

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