O Papa Francisco aprovou na quinta-feira o decreto que reconhece as virtudes heroicas de Guadalupe Ortiz de Landázuri, numerária do Opus Dei e pesquisadora de química aplicada.

Com esta aprovação, consideram-na “venerável” e certificam que viveu as virtudes cristãs de maneira heroica. Para que seja declarada beata, deverá ser aprovado um milagre atribuído à sua intercessão.

Segundo o Escritório de Informação do Opus Dei, o Prelado Mons. Fernando Ocáriz, ao saber da notícia, declarou que “estes novos decretos são, portanto, motivo de profunda gratidão a Deus, que é a fonte de toda santidade. Ele age nas almas de tantos homens e mulheres do nosso tempo e nos deixa esses exemplos como luz e apoio para a nossa vida”.

O Prelado sublinhou que “cada causa de canonização nos ajuda a descobrir o amor de Deus e a alegria cristã de caminhar. Precisamente a alegria é uma característica central da vida de Guadalupe. Ela irradiava a alegria cristã nas diferentes ocupações da sua vida: como química, nos afazeres domésticos, ao ensinar e na extensa e intensa dedicação apostólica que realizou na Espanha, no México e na Itália”.

Além disso, observou que “o exemplo de Guadalupe nos recorda que, quando Deus chama à santidade, até as coisas mais ordinárias adquirem um horizonte amplo e belo e são uma razão para aproximar muitas pessoas da felicidade, da união com Deus”.

O postulador da causa, Pe. Antonio Rodriguez Rivera, declarou que Guadalupe Ortiz de Landázuri era “uma mulher apaixonada por Deus, cheia de fé e de esperança, que com o seu trabalho e otimismo ajudou os outros em suas necessidades espirituais e materiais. Era evidente a alegria que expressava em todas as suas ocupações, também diante das situações difíceis”.

O Pe. Rodríguez também afirmou que, “com este passo, a Igreja declara que Guadalupe viveu as virtudes de maneira heroica, especialmente a caridade, e a propõe como exemplo de mulher cristã que se santificou em sua vida ordinária”.

Breve biografia

Guadalupe Ortiz de Landázuri nasceu em Madri (Espanha), em 1916, estudou Ciências Químicas na Universidade Central de Madri e foi uma das cinco mulheres na sua turma.

Durante a Guerra Civil Espanhola, consolou o seu pai, que era militar, pouco antes de ser executado. Desde o primeiro momento, perdoou os responsáveis pela morte do seu pai.

Em 1944, conheceu São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei. Em uma ocasião, afirmou que teve “a sensação clara de que Deus falava comigo através deste sacerdote” e nesse mesmo ano entrou para o Opus Dei.

De 1950 a 1956, mudou-se para o México, para começar o trabalho apostólico do Opus Dei. Em seguida, estabeleceu-se em Roma durante dois anos e, em 1958, mudou-se para a Espanha, por motivos de saúde.

Em Roma, continuou se dedicando à pesquisa científica e terminou a sua tese de doutorado em Química. Em 1975, faleceu em Pamplona (Espanha), aos 59 anos, devido a uma doença cardíaca e com fama de santidade.

O processo sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade de Guadalupe Ortiz de Landázuri começou em Madri em 2001 e terminou em 2005. Nesse processo testemunharam 32 pessoas da Espanha e 22 do México.

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