Um jovem seminarista, que participou em um encontro privado com o Papa Francisco junto com um grupo de salesianos na Casa Santa Marta na terça-feira, 2 de maio, compartilhou a conversa através de Facebook live.

Durante o encontro, o Santo Padre compartilhou algumas opiniões sobre santidade, discernimento vocacional e oração.

Santidade

Um dos jovens lhe perguntou como poderia alcançar a santidade. “A santidade é muito simples”, respondeu o Pontífice. “‘Caminha na minha presença e sê irrepreensível’. Esta é a melhor definição. Você sabe quem disse isto? Deus a Abraão”.

O Papa assinalou que “é possível ser santo hoje” e que “atualmente a Igreja está precisando de pessoas heroicas: pais, avós, jovens... Santos ocultos”.

Discernimento vocacional

Em seguida, perguntaram-lhe sobre qual conselho se pode dar aos jovens para ajudá-los no discernimento vocacional.

Francisco assinalou: “O primeiro critério é ser normais. Que saibam trabalhar, se estão estudando, que saibam estudar, que assumam a sua vida de forma responsável no momento que estão vivendo".

Em segundo lugar, “acompanhá-los. Ao longo do caminho há tantas surpresas... Estejam atentos às surpresas. É necessário ajudá-los a olhar de frente às surpresas. Se há dificuldades: enfrentá-las imediatamente. Ajudá-los a afastar-se de todas as formas de hipocrisia. A hipocrisia na Igreja é uma praga: falo uma coisa e faço outra. A hipocrisia da mediocridade”.

Oração

Outra pergunta que fizeram foi a respeito da oração. O Papa recordou quando era seminarista: “Quando estava na fase preparatória, tínhamos que rezar uma oração mental durante uma hora. Em seguida, tínhamos quinze minutos para realizar o exame de consciência sobre como havia sido a oração. E, muitas vezes, via que era uma oração artificial”.

Nesse sentido, indicou que a melhor maneira de rezar é continuar o caminho percorrido em casa e, depois, na catequese paroquial.

“O caminho da oração começa com as orações que você aprendeu em casa, que você aprendeu quando se preparava para receber a Primeira Comunhão. E a partir daí você vai em frente pelo caminho que o Senhor te mostra. Com a espiritualidade da congregação. Começar a rezar as orações que aprendeu em casa, na catequese... e depois seguir crescendo na oração. Uma oração normal, que te ajude a confiar”.

“Um bom exemplo de oração é a Virgem. Na oração, também normalidade. Como, por exemplo, quando podemos ficar com raiva de Deus. Isso também é uma oração”.

Mártires na Síria

Um jovem árabe lhe perguntou sobre os cristãos que morrem na Síria nas mãos dos terroristas. “São santos”, assegurou o Papa Francisco. “Aqueles que morrem por ser cristãos, são santos. São mártires”.

E contou uma experiência da sua viagem à ilha de Lesbos: “Conheci um homem, tinha 30 anos, entre as crianças. Saudava um por um. Eram refugiados”.

“Explicou-me que era um muçulmano, sua esposa era cristã. Um dia chegaram os terroristas. Perguntaram-lhes qual a sua religião. Já tinham visto o crucifixo que a sua esposa tinha no pescoço. Disseram-lhe para tirá-lo, mas ela se recusou e a degolaram diante dele. A mulher está no céu, porque morreu por não querer tirar o crucifixo. Morreu pela fé. Há tantos mártires... Hoje há mais mártires do que nos primeiros séculos”, destacou.

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