Através de um telefonema, o Papa Francisco aceitou o pedido de um Bispo de poder renunciar ao ministério episcopal, a fim de voltar a ser missionário “onde quer que considere oportuno me enviar”, inclusive nos lugares mais pobres e afastados.

Trata-se de Dom Gianfranco Todisco, Bispo de Melfi Rapolla Venosa (Itália), que em 7 de novembro de 2016 escreveu uma carta ao Pontífice para expressar seu desejo.

“Eu estou disposto a ir onde quer que considere oportuno me enviar, inclusive aos locais mais pobres e afastados, nas ‘periferias’ da Igreja que continuamente o senhor nos recorda a não ignorar”, escreveu o Prelado.

No dia 21 de abril, o Santo Padre aceitou a sua renúncia. A intenção de “voltar a ser missionário, inclusive como um simples sacerdote”, foi comunicada ao Papa, mas também à diocese e aos sacerdotes em uma carta.

Em seu texto, Dom Todisco relatou aos fiéis e sacerdotes que, “duas semanas depois que enviei a carta, o Papa Francisco me respondeu com uma breve carta: Querido irmão, hoje li a sua carta do dia 7 (novembro). Muito obrigado. Esta me fez bem. Pensarei, rezarei e buscarei uma resposta ‘concreta’”.

“A resposta foi rápida. No dia 13 de dezembro seguinte, no mesmo dia em que 14 anos antes foi comunicada oficialmente a minha nomeação como Bispo, o Papa Francisco ligou para mim e perguntou se eu ainda estava disposto a partir. Minha resposta foi sim. Imaginem a emoção e a alegria de voltar à missão”.

Quem conhece a situação da diocese diz que, na verdade, durante todos estes anos ele não estava bem inserido e nem todo o clero o amava.

Escreveram acerca dele nos jornais devido à sua ideia de “eliminar” os padrinhos de batismo e de crisma, caso não fossem verdadeiros educadores na fé.

Entretanto, o gesto missionário nunca abandonou o bispo. Antes de ser ordenado, trabalhou durante muitos anos pastoralmente no Canadá e na Colômbia.

“Também me esforcei por viver o ministério episcopal com um espírito missionário, depois da experiência de 21 anos, primeiro no Canadá e, em seguida, na Colômbia, o desejo de voltar à missão se tornava cada vez mais impulsionador”, afirmou.

Indicou que os “contínuos convites aos nossos sacerdotes a passar alguns anos do seu ministério na Suíça ou na América Latina, onde há uma escassez do clero, testemunham a minha atenção especial para um problema que é de suma importância para a Igreja: anunciar o Evangelho a todos, especialmente aos mais afastados”.

Nesse sentido, concluiu a sua carta assegurando que “o verdadeiro e único motivo do meu pedido ao Papa Francisco sempre foi o mesmo: dedicar às missões todas as minhas energias que, apesar da minha idade, ainda são boas e ainda pode fazer muito bem”.

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