A Igreja Ortodoxa na cidade de Minya, no sul do Egito, não celebrará a Páscoa, por luto após os atentados perpetrados pelo Estado Islâmico (ISIS) no Domingo de Ramos, que levou à morte de 44 pessoas.

A Diocese Copta de Minya informou que durante os dias da Semana Santa as celebrações se aterão às orações litúrgicas, “sem manifestações festivas”, assinala Associated Press.

Após os atentados de Domingo de Ramos, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, declarou um período de três meses de estado de emergência e criou o Supremo Conselho para combater o terrorismo e o fanatismo.

Sobre os atentados, o Primaz da Igreja Copta Católica, Patriarca Ibrahim Isaac Sidrak, disse à agência vaticano Fides que “por detrás destas ações desumanas que têm traços diabólicos, há muitos discursos que nutrem o ódio, que circulam inclusive na mídia, e que no final, influenciam a mentalidade de tanta gente”.

“Há dois anos, o Presidente egípcio al-Sisi insiste que é preciso mudar o ‘discurso religioso’ para eliminar pela raiz a mentalidade aberrante que alimenta o terrorismo. Mas suas palavras não são ouvidas”, lamentou.

O Patriarca católico comentou que, após os ataques, aumentaram os pedidos para incrementar a segurança. Além disso, afirmou que “são as próprias igrejas que enfrentam as despesas de grande parte dos serviços de segurança. Não quero acusar ninguém, mas a amargura de muitos se deve ao fato que estas tragédias se repetem sempre do mesmo modo, com igual dinâmica, e nada parece mudar”.

“Nesta situação, são frequentemente os leigos que nos confortam e sustentam a esperança de todos. Rezemos ao Senhor para que nos mostre a sua vitória, converta os corações também dos carnífices, como pediu o Papa Francisco”.

“Com estas súplicas – concluiu o Patriarca –, vamos ao encontro de Jesus para celebrar a Sua Ressurreição, no dia da Páscoa”.

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