Um vídeo comovente de um grupo de cristãos sírio-católicos cantando o “Sanctus” (Santo) em árabe, durante uma Missa em uma igreja recentemente recuperada das mãos do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) se tornou viral nas redes sociais.

O vídeo, publicado em 2 de abril pela página de Facebook This is Christian Iraq (Este é o Iraque Cristão), mostra os fiéis cantando na Catedral sírio-católica da Imaculada Conceição, em Qaraqosh, cidade libertada do ISIS em novembro de 2016.

Durante a sua ocupação, a Catedral da Imaculada Conceição foi usada pelos terroristas muçulmanos como centro de treinamento.

“Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo, o céu e a terra proclamam a Vossa glória. Hosana nas alturas. Bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas”, cantam os cristãos no vídeo, durante a Missa.

Em declarações ao Grupo ACI, o Pe. Luis Montes, sacerdote missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) no Iraque, disse que já há famílias vivendo em Qaraqosh e “há soldados, policiais, etc.”.

Pe. Montes visitou recentemente a região do Nínive, no Iraque, junto com o Arcebispo católico de Mosul, Dom Youhanna Boutros Moshe; e o Núncio Apostólico no Iraque e na Jordânia, Dom Alberto Ortega.

“Durante a nossa visita, celebramos Missa e participaram os soldados, etc.”, disse o sacerdote, que está há mais de cinco anos de missão no Iraque.

Embora desconheça se a Missa é regularmente celebrada em Qaraqosh, disse saber “que quando algum sacerdote ou Bispo os visita, eles a celebram”.

“Quando visitei o local, os soldados diziam ao Arcebispo ‘mas venha, venha’. Então o Arcebispo já tem uma casa lá, que organizou um pouco para ir, alguns dias por semana”.

Em seguida, o Pe. Montes assinalou que a celebração da Missa “para os cristãos é certamente um sinal muito importante da sua futura libertação” e assinalou que “muitos deles estão esperando impacientemente que a situação dos povoados melhore para que eles possam voltar”.

“Neste momento é muito difícil voltar” para os povoados da região, lamentou, “porque estão sem água e sem eletricidade, continua sendo um lugar de muito perigo, no sentido de que o Estado Islâmico ainda não foi derrotado na planície do Nínive, especialmente em Mosul”.

Apesar de “muitos quererem voltar”, o sacerdote explicou que “não estão sendo incentivados neste momento, porque primeiramente estão buscando melhorar os serviços básicos como água, eletricidade e que haja certa segurança”.

Qaraqosh e outros povoados cristãos na planície de Nínive, no Iraque, foram tomados pelo Estado Islâmico em 2014.

Depois de uma forte ofensiva que ocorreu desde outubro de 2016, as forças do Curdistão iraquiano e do exército iraquiano expulsaram os terroristas muçulmanos da região, mas ainda lutam para libertar completamente Mosul, a maior cidade da região.

De acordo com a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), no final de março deste ano, as Igrejas Sírio-Católica, Sírio-Ortodoxa e Caldeia assinaram um acordo para restaurar as casas dos cristãos que foram destruídas pelo Estado Islâmico na região. Esta reconstrução será feita em mais de 12.000 casas, com gastos de mais de 213 milhões de dólares.

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