A Congregação para as Igrejas Orientais convocou em mais um ano a coleta “pro Terra Sancta”, realizada durante a Sexta-feira Santa em favor dos cristãos da Terra Santa.

Segundo um comunicado divulgado pela Santa Sé, durante 2015-2016, a Congregação recebeu 5 milhões, 275 mil e 601 dólares e 1 milhão, 833 mil e 339 euros nesta coleta.

Normalmente, a custódia da Terra Santa recebe a maior parte do valor arrecadado. A parte que é enviada à Congregação para as Igrejas Orientais é destinada para a formação dos candidatos ao sacerdócio, o sustento do clero e das atividades educativas, a formação cultural e subsídios às várias jurisdições eclesiásticas no Oriente Médio.

Entretanto, embora o valor seja alto, não é suficiente para pagar as despesas. Em tal exercício foram destinados 3 milhões e 181 mil dólares para a formação dos seminaristas, sacerdotes e religiosos em Roma; 300 mil euros para a manutenção dos colégios onde os estudantes vivem e 600 mil euros para o Pontifício Instituto Oriental.

Dedicaram 850 mil dólares para a Secretaria de Solidariedade, que organiza a distribuição de subsídios a instituições educacionais administradas por esta instituição; 800 mil dólares para a Escola do Patriarcado Latino de Jerusalém; e 1 milhão e 400 mil dólares para a Universidade de Belém, onde estudam 3.000 jovens, a maioria deles palestinos muçulmanos.

Deste modo, distribuíram 1 milhão, 951 mil e 500 dólares e 19 mil e 100 euros para o sustento da Igreja em Jerusalém, Jordânia, Iraque, Síria, Líbano, Turquia, Irã, Egito, Etiópia e Eritreia.

A respeito dos subsídios extraordinários e de emergência, grande parte deste foi entregue para ajudar os cristãos atingidos pela guerra na Síria e pelas atrocidades cometidas pelo Estado islâmico e outros grupos jihadistas no Oriente Médio.

Entregaram 569 mil dólares em favor dos sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e seminaristas da Síria; 71 mil dólares e 8 mil 854 euros em favor dos refugiados no Iraque; 148 mil dólares para os cristãos de Jerusalém, 11 mil 869 euros para despesas extraordinárias de diferentes tipos e 50 mil dólares para a colaboração cultural.

Uma parte dos recursos foi destinada para a conservação e promoção dos Lugares Santos, especificamente para a restauração da Basílica da Natividade, em Belém, e para o Santo Sepulcro, em Jerusalém. Com o valor arrecadado, também promoveram peregrinações aos Lugares Santos.

O fato de que as despesas totais excedam o valor arrecadado na coleta, destaca a necessidade de conseguir uma maior cooperação e um compromisso generoso de todos os cristãos do mundo a fim de ajudar a sustentar a Igreja na Terra Santa.

A Coleta “pro Terra Sancta” nasceu da vontade dos Pontífices de estabelecer grandes vinculações entre os cristãos do mundo e os Lugares Santos. A Coleta, que tradicionalmente é realizada na Sexta-feira Santa, é a principal fonte de sustento da vida nos arredores dos Lugares Santos.

Também é o instrumento que a Igreja oferece para estar junto com a comunidade eclesial do Oriente Médio. Nos últimos tempos, o Papa Paulo VI, por meio da Exortação Apostólica ‘Nobis in Animo’, em 25 de março de 1974, deu um impulso decisivo em favor da Terra Santa.

A Custódia da Terra Santa, através desta Coleta, pode sustentar e impulsionar a sua importante missão de cuidar dos Lugares Santos e ajudar para que a presença cristã na Terra Santa continue, através das atividades de solidariedade e o impulso das estruturas pastorais, educacionais, assistenciais, sociais e na área da saúde.

Os territórios que se beneficiam de diferentes maneiras da ajuda proveniente da Coleta são: Jerusalém, Palestina, Israel, Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia, Eritreia, Turquia, Irã e Iraque.

Em uma carta do prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, destaca-se a generosidade dos cristãos todos os anos na Sexta-feira Santa:

“Graças à generosidade de toda a Igreja, que se faz viva e se manifesta na Coleta de Sexta-Feira Santa, as comunidades católicas da Terra Santa, quer latinas da Diocese do Patriarcado de Jerusalém, a da Custódia Franciscana e de outras circunscrições, quer orientais (greco-melquita, copta, maronita, síria, caldeia e armênia), com as famílias religiosas e os organismos de todo o gênero, poderão por sua vez, ajudar concretamente os pobres e os doentes de cada etnia e de cada credo religioso, sem distinção”.

“As paróquias – continuou o Cardeal – prosseguirão o seu trabalho pastoral dando atenção especial aos pobres. As escolas serão lugares de encontro entre cristãos e muçulmanos para prepararem em conjunto um futuro de respeito e colaboração mútua. Os hospitais e centro de primeiros socorros, os lares de idosos e os centros de encontro continuarão a acolher os doentes e os necessitados, os refugiados e imigrantes, as pessoas de todas as idades e religiões fustigadas pelo horror da guerra”.

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