A Secretaria Geral da Conferência Episcopal Boliviana (CEB) divulgou um comunicado no qual solicitam não tergiversar a doutrina do Papa Francisco referente à defesa da vida e o aborto.

Embora não mencionem, o texto foi lançado logo depois o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, pediu em uma entrevista no dia 14 de março que “revisem o que o Papa disse sobre o aborto”. “O Papa nos deu algumas diretrizes para adequar a religião, nossas crenças religiosas ao século XXI, porque quando uma crença religiosa não se renova, se endurece”, expressou.

“Antes, uma mulher que cometia um aborto já era condenada na Igreja aos sete infernos”, continuou o vice-presidente.

“O Papa Francisco dá uma mensagem muito forte no mundo: a mulher que comete aborto – pelo motivo que seja – tem que ser perdoada. O que isso está nos dizendo? Está nos solicitando um novo equilíbrio entre os princípios éticos e a proteção e a liberdade da mulher”, afirmou García Linera tentando mudar o sentido das palavras e ações do Santo Padre.

No texto publicado no dia 16 de março em seu site Iglesiaviva.net, os Prelados assinalaram que “não há nada no ensinamento do Papa Francisco que justifique ou aprove uma reforma do sistema penas como a que se propõe na Bolívia, nos temas em relação à vida, nem que dê lugar a equívocos ou interpretações, que só buscam tergiversar sua doutrina, confundindo o povo”.

“Os bispos da Igreja Católica na Bolívia atuamos em comunhão plena com o Santo Padre Francisco em todos os temas de seu magistério, como Bispo de Roma e Sucessor do Apóstolo Pedro”, ressaltaram.

Além disso, os bispos da CEB reconheceram que no “ensinamento do Papa Francisco (se aprecia) uma clara e sólida posição a favor da vida, desde a concepção até seu fim natural, em continuidade com a tradição da Igreja”.

“O fato de que o Papa Francisco tenha ampliado a todos os sacerdotes a faculdade para absolver o pecado do aborto obedece a sua preocupação de que brilhe com mais clareza na Igreja o rosto da misericórdia de Deus, sendo fiéis à missão encomendada por Cristo: ‘Aqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados’”, explicaram.

Entre algumas das afirmações do Santo Padre sobre a dignidade da vida humana, os bispos recordaram o que foi dito pelo Papa Francisco em julho de 2015 aos prelados da Inglaterra e do País de Gales: “o grau de progresso de uma civilização se mede pela capacidade de proteger a vida, sobretudo em suas fases frágeis”. “A vida humana é sempre ‘inviolável’”, e “não há uma vida qualitativamente mais significativa que outra”.

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