O Instituto de Política Familiar publicou o relatório “O aborto na Espanha, 30 anos depois. 1985-2015”, o qual destaca que esta prática “aumentou de tal forma que, atualmente, se converteu, junto com as doenças cardiovasculares e o câncer, na principal causa de mortalidade”.

Em 2009, foi aprovada a distribuição da pílula do dia seguinte sem receita médica para as jovens a partir dos 13 anos e, um ano depois, foi aprovada uma nova lei que, além de legalizar o aborto livre sem nenhuma causa, potencializa os abortos “químicos”, sem a necessidade de realizar protocolos de seguimento ou de notificação.

Este novo modo de proceder faz com que haja atualmente mais casos de abortos químicos do que de abortos cirúrgicos, os quais não estão registrados. Por isso, do ponto de vista do Instituto de Política Familiar, os dados oficiais de abortos são “incompletos e não recolhem nem refletem toda a realidade do aborto na Espanha”.

De acordo com dados registrados, em 2015 registrou-se 94.188 abortos na Espanha, ou seja, “ocorre um aborto a cada 5,5 minutos”, um total de 258 abortos por hora.

O relatório publicado destaca que desde 1985 ocorreram mais de 2.100.000 abortos e, nos últimos 10 anos, praticaram 1,1 milhão, ou seja, mais abortos do que nos 20 anos anteriores.

Sobre o tipo de aborto (químico ou cirúrgico), o relatório do Instituto de Política Familiar sublinhou a importância de levar em consideração os abortos não registrados que ocorreram “sem ter notificado as diferentes comunidades autônomas, pois não foram realizados protocolos de seguimento”.

Apesar da dificuldade para reunir dados reais dos abortos químicos, em 2015 foram registrados 17.418, de modo que a cada 30 minutos uma criança deixou de nascer na Espanha, devido a este tipo de aborto.

Este número de abortos químicos poderia aumentar para 23.000 se contassem com os abortos não registados, embora apenas tenham um dado aproximado deles.

Na Espanha, segundo o informe, são distribuídas anualmente aproximadamente 700.000 pílulas do dia seguinte, por isso, uma dessas pílulas abortivas é consumida a cada 47 segundos.

Portanto, pode-se concluir que mais de 42% do total de abortos são farmacológicos, incluindo os abortos químicos e a pílula do dia seguinte.

Também é representativa a evolução do número de abortos por mulher na Espanha. Em 1990, 245 mulheres abortaram 3 vezes ou mais (0,6% do total), e 16 mulheres abortaram 5 vezes ou mais.

Em 2015, 2567 mulheres abortaram 3 vezes ou mais (5% do total) e 781 mulheres abortaram 5 vezes ou mais.

Consequências do aborto

1. Aumenta o déficit de natalidade: Se não tivesses ocorridos tais abortos, a taxa de fecundidade espanhola seria de 1,6 filhos por mulher, em vez de 1,33.

2. Afeta especialmente a juventude: Mais de metade das mulheres que abortaram (49.231) eram menores de 30 anos e, entre elas, 10.012 eram menores de 20 anos.

3. A pirâmide populacional está invertida: Desde 1985 ocorreram mais de 2,1 milhões de abortos; se não tivessem acontecido, haveria 1 milhão de jovens a mais do que idosos e, deste modo, a pirâmide populacional não estaria invertida.

4. Redução da população: O aborto é uma das causas pelas quais atualmente não há crescimento vegetativo na Espanha.

5. Aumento das despesas sociais em pensões sociais e redução da renda de segurança social, devido à diminuição da população ativa.

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