Um grupo de nômades vem perpetrando uma onda de violência e destruição contra as comunidades cristãs na Nigéria, denunciou o Bispo de Kafanchan, Dom Joseph Bagobiri, em recente visita à sede internacional da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), na Alemanha.

De acordo com a Fundação ACN, Dom Bagobiri relatou que, além do Boko Haram, que desde 2009 deixa sua marca de morte e destruição no norte do país, agora as populações têm sofrido com a violência dos Fulani.

“Só desde setembro, 53 aldeias foram queimadas, 808 pessoas assassinadas, 57 feridos, 1422 cassas e 16 igrejas destruídas”, relatou o Prelado.

Os Fulani são um grupo de pastores nômades pouco conhecidos no Ocidente. Entretanto, têm levado horror às vilas e aldeias da Nigéria. Inicialmente, mantinham algum conflito com os agricultores da região.

Nos últimos anos, porém, o grupo substituiu as armas artesanais por metralhadoras e, conforme ressalta a ACN, parece ter um plano de ataque às comunidades cristãs, o qual junta o ódio religioso às ambições por terras e propriedades.

“Ambos os motivos estão presentes, mas cada vez mais o aspecto religioso tem predominado e transformou-se em perseguição religiosa”, expressou o Bispo.

Segundo o último relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, a Nigéria está entre os países onde há uma “perseguição” extrema contra as populações.

O documento assinala que “cerca de 2,5 milhões de pessoas” foram deslocadas de suas áreas de residência por causa da “violência do Boko Haram”, grupo terrorista responsável pelo sequestro de 279 meninas em uma escola cristã, em 2014. Dessas, 219 “ainda estão desaparecidas, dois anos depois”.

Confira também: