“Hoje é necessária uma Pastoral Vocacional de horizontes amplos e com o espírito de comunhão”, indicou o Papa Francisco durante a Audiência concedida na Sala Paulo VI aos participantes da Convenção patrocinada pelo Escritório Nacional para a Pastoral Vocacional da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Uma pastoral vocacional “capaz de ler com coragem a realidade assim como ela é, com suas fadigas e resistências, reconhecendo os sinais de generosidade e beleza do coração humano. É preciso levar novamente para dentro das comunidades cristãs uma nova cultura vocacional”, afirmou o Papa.

“Não se cansem de repetir: ‘eu sou uma missão’ e não simplesmente ‘tenho uma missão’”, exortou o Santo Padre. “Estar em estado permanente de missão requer coragem, audácia, fantasia e desejo de ir além”.

Assinalou que “o sim total e generoso de uma vida que se doa é semelhante a uma fonte de água, escondida por muito tempo nas profundezas da terra, que espera para jorrar e escorrer num fluxo de pureza e frescor. Os jovens hoje precisam de uma fonte de água fresca para saciar a sede e prosseguir o seu caminho de descoberta”.

O Papa situou seu discurso diante do “horizonte e do caminho para a Assembleia sinodal de 2018 sobre o tema ‘Jovens, fé e discernimento vocacional’”

“Neste horizonte se situa também seu serviço, com seu estilo de anúncio e de acompanhamento vocacional”, explicou Francisco.

“Tal empenho requer paixão e gratuidade. A paixão do envolvimento pessoal, do saber cuidar das vidas que lhes são entregues como um baú que possui um tesouro precioso a ser preservado. A gratuidade de um serviço e ministério na Igreja que exige respeito por aqueles que são seus companheiros de caminhada. É o compromisso de buscar sua felicidade, e isso vai além de suas preferências e expectativas”.

Saber escutar, estar disposto a dedicar o tempo aos jovens são as chaves para o discernimento vocacional, indicou o Papa: “Para ser críveis e entrar em sintonia com os jovens é preciso privilegiar o caminho da escuta, do saber perder tempo em acolher as suas perguntas e seus desejos”.

“Seu testemunho – continuou – será mais persuasivo se, com alegria e sinceridade, souber transmitir a beleza, o estupor e a maravilha de estar apaixonados por Deus, homens e mulheres que vivem com gratuidade sua escolha de vida por ajudar a deixar uma pegada inédita e original na história. Isso requer não se deixar enganar pelas tensões externas e confiar-se à misericórdia e à lealdade do Senhor, reavivando a fidelidade de nossa escolha e o frescor desse ‘primeiro amor’”.

O Pontífice afirmou que “prioridade do anúncio vocacional não é a eficiência do que fazemos, mas atenção privilegiada à vigilância e ao discernimento. É ter um olhar capaz de ver o lado positivo nos eventos humanos e espirituais que encontramos; um coração surpreendido e agradecido diante dos dons que as pessoas trazem com elas”.

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