O Arcebispo de Cali (Colômbia), Dom Darío de Jesús Monsalve, que colaborou ativamente com o processo de paz no país, foi ameaçado através de alguns folhetos jogados na porta da casa do Bispo Auxiliar nos quais está escrito “Morte às FARC, a Santos e aos clérigos comunistas”.

Em declarações ao Grupo ACI, o Prelado indicou ontem que embora a ameaça tenha ocorrido há alguns dias, decidiu divulgá-la neste fim de semana para “convocar a uma disponibilidade maior e apoio neste começo de paz que está acontecendo no país, que é muito frágil e muito vulnerável”.

O uso de folhetos é “uma prática muito repudiável, ainda mais em um contexto de tanta violência” como o que existe na Colômbia, expressou Dom Monsalve. Nesse sentido, criticou que existam setores que estigmatizem e acusem de comunistas todo aquele que está a favor do acordo de paz.

“Estão apontando o processo, estigmatizando o presidente Santos e aqueles que chamam de comunistas”, assinalou.

“Estas pessoas extremistas interpretam que se nós temos estes contatos com esses grupos (FARC e ELN) e se estamos nesta tarefa (de aproximação), então somos comunistas também”, indicou.

O Arcebispo de Cali não quis pedir segurança para ele. “Não considero que um bispo deva ter um guarda-costas que esteja armado para se proteger. Esta é a liberdade que tenho como pastor da Igreja para andar pelos bairros”, explicou.

Entretanto, assinalou que está se reunindo com as autoridades para colaborar na investigação destas ameaças; mas uma solicitude de segurança “foi previamente descartada”.

Dom Monsalve indicou que não tem notícias de que na Arquidiocese algum sacerdote tenha sido ameaçado. “Tampouco eu me coloco entre os ameaçados”, expressou.

Sobre as pessoas que usam a perseguição da linguagem para se opor ao processo de paz, o Prelado os convidou “a se aproximarem e esclarecer o seu desejo de paz e seu repúdio a todas estas coisas e unamos forças civis e cidadãs para deslegitimar aqueles que têm esses métodos e essas formas de agir” como foi o uso dos panfletos.

As ameaças contra Dom Monsalve também foram rechaçadas por diversas autoridades, como o assessor de Paz de Cali, Óscar Gamboa, que se solidarizou com o Arcebispo.

A Defensoria do Povo se somou ao rechaço e, através de sua conta de Twitter, manifestou sua “solidariedade com seu trabalho pela paz na Colômbia”, além disso pediu “respeito à sua vida”.

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