A líder das Damas de Branco, Berta Soler, foi libertada ontem depois de permanecer presa durante nove horas pela Segurança do Estado, cujos agentes advertiram que os membros deste movimento “jamais poderão ir a alguma igreja” para participar da Missa.

Soler foi presa na manhã de ontem, ao sair da sede das Damas de Branco em Havana. A denúncia foi feita pela também opositora Martha Beatriz Roque em sua conta do Facebook. Entretanto, Soler denunciou que ainda continuam detidas em Havana outras 13 damas de branco .

Em declarações dadas hoje ao Grupo ACI, Soler relatou que quando estavam prestes a libertá-la, os agentes do governo lhe disseram: “Berta, queremos te comunicar que o que pretendem fazer na igreja Santa Rita não permitiremos que seja feito. Já não podem ir jamais a nenhuma igreja "em Cuba.

As Damas de Branco é um movimento fundado em 2003 por mães, esposas e filhas de 75 dissidentes presos durante o movimento Primavera Negra. Ao longo dos anos, somaram-se mais mulheres e, a cada domingo, depois de participar da Missa, saíam marchando pacificamente pelas ruas de várias cidades exigindo o respeito aos direitos humanos.

Em Havana, a Igreja de Santa Rita é o templo onde se reúnem Soler e outras membros das Damas de Branco.

“Eles querem anular a participação, a liberdade religiosa na Missa”, denunciou Soler. Assegurou que esta “é uma ordem de Raúl Castro, que disse que não devemos estar em nenhuma Missa”.

Nesse sentido, advertiu que no exterior não se pode dizer que as coisas mudam em Cuba “com a morte do ditador Fidel Castro”.

Na ilha, assinalou, “não há liberdade, não há direito de manifestar-se, de associar-se, de expressar-se”, o que existe é um estado “ditador, totalitário e mafioso que quer controlar tudo”.

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