Ao presidir a entrega do Prêmio Joseph Ratzinger 2016, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, no sábado, 26, o Papa Francisco destacou o trabalho do professor Joseph Ratzinger, hoje Papa Emérito Bento XVI, particularmente no campo da escatologia, e assinalou que “a misericórdia é o coração do ‘protocolo’ com o qual Jesus diz que seremos julgados”.

Os premiados deste ano foram os professores Mons. Inos Biffi e Ioannis Kourempeles.

O Papa dirigiu algumas palavras de felicitação aos premiados pela Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI, dedicada a recolher e promover a obra teológica do papa emérito, e destacou seus méritos.

Sobre Mons. Inos Biffi, docente, teólogo e liturgista, o Papa assinalou que “recebe o prêmio em reconhecimento do mérito de uma vida inteira dedicada aos estudos teológicos na Igreja e a seu serviço. Um prêmio, por assim dizer, ‘à carreira’ de um grande teólogo”.

Em relação ao professor Kourempeles, da Faculdade de Teologia da Universidade de Salonica e primeiro ortodoxo a receber o Prêmio Ratzinger, o Papa indicou que “recebe o prêmio como reconhecimento à qualidade do trabalho teológico realizado até o momento, pelo interesse dedicado ao pensamento de Joseph Ratzinger, e como um estímulo para continuar a investigar na fecundidade do encontro entre o pensamento de Ratzinger e a teologia ortodoxa”.

Francisco assinalou que a entrega do Prêmio “é para mim uma maneira de expressar, mais uma vez, junto a vocês, nosso grande afeto e gratidão ao Papa Emérito Bento XVI, que nos acompanha com a sua oração”.

Além disso, em seu discurso, fez referência ao Simpósio Internacional que, com o tema “Escatologia: análise e perspectivas”, a Fundação Joseph Ratzinger-Bento XVI realizou na Universidade de Santa Cruz e que concluiu na manhã de sábado.

“O tema da escatologia ocupou lugar muito importante na obra teológica do Professor Joseph Ratzinger, em sua atividade como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e, enfim, em seu magistério como Pontífice”, lembrou o Papa em seu discurso.

“Não podemos esquecer suas profundas considerações sobre a vida eterna e sobre a esperança, na Encíclica Spe salvi. O tema da escatologia é fundamental quando se refere ao sentido da nossa vida e da nossa história, sem fechar-se em um enfoque materialista ou puramente mundano”.

Francisco sublinhou que “o Jubileu da Misericórdia, concluído recentemente, nos recordou muitas vezes que a misericórdia é o coração do ‘protocolo’ com o qual Jesus diz que seremos julgados”.

“A profundidade do pensamento de Joseph Ratzinger, solidamente fundamentado na Escritura e no Pai, e sempre nutrido pela fé e a oração, nos ajuda a permanecer abertos ao horizonte da eternidade, dando assim sentido também à nossa esperança e a nosso empenho humano”, indicou.

“O seu – finalizou – é um pensamento e um magistério fecundo, que soube se concentrar nas referências fundamentais da nossa vida cristã, a pessoa de Jesus Cristo, a caridade, a esperança e a fé. Toda a Igreja estará agradecida a ele para sempre”.

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