A Arquidiocese do Rio de Janeiro publicou uma nota esclarecendo que, ao contrário do que foi divulgado em um recente manifesto por membros do clero e do laicato, “não autorizou ninguém a falar em seu nome, nem dos padres, tampouco em nome de movimentos, pastorais, associações e paróquias acerca do atual processo político carioca”.

Nesta semana, um grupo de padres e uma religiosa publicaram na internet um manifesto intitulado “Católicos/as com Freixo”, em apoio à candidatura de Marcelo Freixo (PSOL – Partido Socialismo e Liberdade) à prefeitura do Rio de Janeiro. O texto, que pode ser assinado por outras pessoas, conta com diversas subscrições não só da capital fluminense, mas também de outras cidades.

O manifesto afirma: “Nós, padres da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no horizonte do Evangelho da Libertação, da efetivação de uma ‘Igreja em saída’ (como compreende o Papa Francisco) e da antecipação do Reino de Justiça e paz inaugurado por Jesus Cristo, entendemos que a candidatura de Marcelo Freixo à prefeitura do Rio de Janeiro é a que mais sintoniza com a construção de uma cidade mais justa, fraterna e igualitária”.

Fazendo referência ao Papa Francisco, os padres declaram que “a política é uma forma sublime de caridade em face da qual não podemos ‘lavar as mãos’, como Pilatos o fez”. Além disso, dizem que em uma cidade “marcada pela violência, injustiça e exclusão social”, unem-se “pela promoção da pessoa humana na força evangélica da ‘opção preferencial pelos pobres’”.

Diante disso, a Arquidiocese do Rio de Janeiro reafirma a sua posição apartidária, “que defende os princípios da Igreja Católica”, ressaltando que “as pessoas podem se manifestar pessoalmente e arcar com as consequências, mas não podem falar por quem não foram autorizadas”.

“Tampouco têm autorização da autoridade diocesana para indicar qualquer candidato aos cargos públicos, como aconteceu nessa recente manifestação, na qual indicam um candidato para o segundo turno das eleições municipais da cidade do Rio de Janeiro”, pontua.

A nota explica ainda que “não é possível compactuar com posições que entram em confronto com princípios contrários aos valores cristãos, tais como o respeito à vida e a clara oposição ao aborto e à eutanásia; a tutela e a promoção da família, fundada no matrimônio monogâmico entre pessoas de sexo oposto e protegida em sua unidade e estabilidade, frente às leis sobre o divórcio; o tema da paz, que é obra da justiça e da caridade, e que exige a recusa radical e absoluta da violência, anarquismo e terrorismo”.

Além disso, acrescenta, “devem ser reafirmados o acolhimento e a tutela com relação ao ensino religioso nas escolas além dos outros temas explicitados nas orientações referidas”.

“Diante da perplexidade gerada por tal manifestação já divulgada pelas mídias sociais, ocasionando o escândalo da desunião, a Arquidiocese de São Sebastião Rio de Janeiro pede a união de todos no Senhor Jesus e a contínua disponibilidade para a missão evangelizadora numa Igreja em saída, que caminha junto com seus pastores”, conclui a nota assinada pelo Arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta, pelos Bispos auxiliares, Bispos eméritos e vigários episcopais.

Para conferir a íntegra de nota da Arquidiocese do Rio de Janeiro, acesse: arqrio.org/noticias/detalhes/5020/nota-de-esclarecimento.

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