Faltando duas semanas para o início das Olimpíadas – que acontecem de 5 a 21 de agosto, no Rio de Janeiro –, Dom Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS), chamou a atenção para dois pontos em relação ao evento. Para ele, trata-se de uma boa oportunidade para mostrar ao mundo o que o Brasil possui de melhor, mas também deve-se lançar um olhar sobre as necessidades da população.

“Os Jogos Olímpicos têm seu início e conclusão. Todavia, a população solicita atendimento urgente das necessidades básicas”, ressaltou o Prelado em recente artigo, intitulado ‘Pergunta que não cala’, publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dom Jaime ressalta que “não basta favorecer um belo cenário para a realização do evento”. Para ele, “é preciso responder às reais situações que o povo honesto e trabalhador enfrenta no dia a dia”.

“As Olimpíadas – indica o Arcebispo – são expressão da sempre rica possibilidade de integração dos povos e culturas através da prática esportiva”. Nesse sentido, afirma ser “uma honra” para o Brasil poder sediar o evento neste ano e que, para a concretização disso da melhor forma possível, tem sido empregado “um esforço enorme de muitos”.

O Prelado declara ainda que “um evento deste nível representa uma oportunidade ímpar para promover as belezas naturais locais, as ricas tradições culturais, a boa cozinha brasileira, o espírito alegre e acolhedor da população”.

No entanto, considera que “o evento olímpico também desmascara uma realidade nacional grave que alguns teimam em esconder” e que engloba as dificuldades enfrentadas pela população.

“Há temas que se tornaram cansativos, mas não insignificantes”, assinala, ao enumerar os problemas tais como: a desconstrução paulatina dos valores familiares, os índices de violência, a precária assistência à saúde, a baixa qualidade do ensino público, a corrupção, entre outros.

“Os Jogos Olímpicos representam uma ótima chance para mostrar ao mundo o que o Brasil tem de melhor. Ao mesmo tempo, porém, é oportunidade para mais uma vez teimosamente denunciar as mazelas de conglomerados de todo tipo que agem como detentores de um poder indigno”, completou.

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