Neste ano da Misericórdia, o Papa Francisco recordou na quarta-feira, 6 de julho que se celebrava neste a festa da jovem mártir que morreu assassinada defendendo sua pureza, Santa Maria Goretti. O Pontífice pediu aos fiéis que sigam o exemplo desta santa e perdoem aos que lhes fizeram mal.

“A memória e a vida da Maria Goretti devem animar a comprometer-se consigo mesmo e ser testemunha do perdão”, escreveu o Papa Francisco em uma carta por ocasião da festa da santa italiana conhecida por ter perdoado durante sua agonia Alessandro Serenelli, que a assassinou com 14 punhaladas por resistir a uma violação.

A carta enviada no último dia 20 de junho foi dirigida a Dom Mariano Crociata, Bispo de Latina-Terracina-Sezze-Priverno, e a Dom Marcello Semeraro, Bispo de Albano, as dioceses das regiões onde Maria Goretti viveu.

A jovem santa, que morreu aos 11 anos, é conhecida como mártir da castidade e como testemunha do perdão, por ter rezado pela conversão do seu agressor, que logo depois de sair da prisão se converteu em um terciário capuchino e assistiu à beatificação de Maria junto com a mãe dela.

Depois de elogiar a capacidade de Maria Goretti em perdoar o seu agressor, o Papa Francisco citou a bula de convocação para o Ano da Misericórdia (2015), que diz: “Como é difícil muitas vezes perdoar! E, entretanto, o perdão é o instrumento colocado em nossas frágeis mãos para chegar à serenidade do coração”.

Acrescentou que “precisamente esta generosa oferta de perdão acompanha a morte da jovem Maria” e é para o seu assassino o começo desse sincero “caminho de conversão que, no final, o levará a saborear o abandono confiante nos braços do Pai da misericórdia”.

O Santo Padre também se referiu “à intensidade do amor por Jesus na Eucaristia de Maria Goretti”, que a levou a ter a força para tomar aquela “decisão fundamental de sua breve existência”, referindo-se ao seu martírio.

Na carta, Francisco também comparou as tribulações da família Goretti com as que outras famílias enfrentam hoje em dia, tais como a pobreza e a migração forçada.

“A pobreza e a necessidade urgente de trabalhar empurraram os Goretti a emigrar da localidade de Corinaldo (Itália)”, disse o Papa. Também comparou as “lágrimas e a pobreza”, que acompanharam a família Goretti com os percursos realizados pelas famílias devido “às mais variadas razões”.

“É uma situação que nos faz sentir mais próximos desta jovenzinha”, acrescentou o Papa.

Breve biografia

Maria Goretti nasceu em 1890, em Corinaldo, província da Ancona, Itália. Era filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini, sendo a terceira de sete filhos. No dia seguinte ao seu nascimento, foi batizada e consagrada à Virgem.

Sua família era pobre em bens materiais, mas rica de fé e virtudes que cultivavam com a oração comum, a recitação diária do Santo Rosário, a comunhão e a Missa dominical.

Quando tinha apenas 11 anos, foi apunhalada por Alessandro Serenelli ao resistir a ser violentada. Ela foi levada para o hospital e antes de morrer conseguiu receber a comunhão e unção dos enfermos. Partiu para a Casa do Pai em 6 de julho de 1902.

O Papa Pio XII a definiu como “pequena e doce mártir da pureza” e a canonizou em Roma em 1950.

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