O primeiro lugar ao qual o Papa Francisco se dirigiu em sua viagem apostólica à Armênia foi a Catedral Armênia Apostólica da Santa Etchmiadzin, onde falou da fé no país e do ecumenismo e da fraternidade frente às divisões que vivem no mundo de hoje.

“O mundo está, infelizmente, marcado por divisões e conflitos, bem como por graves formas de pobreza material e espiritual, incluindo a exploração das pessoas, mesmo de crianças e idosos, e espera dos cristãos um testemunho de estima mútua e colaboração fraterna, que faça resplandecer diante de cada consciência o poder e a verdade da Ressurreição de Cristo”, disse.

“O esforço paciente e renovado rumo à unidade plena, a intensificação das iniciativas comuns e a colaboração entre todos os discípulos do Senhor tendo em vista o bem comum são como que uma luz refulgente na noite escura e um apelo a viver, na caridade e compreensão mútua, as próprias diferenças”, afirmou na saudação.

Na opinião do Santo Padre, “o espírito ecumênico adquire valor exemplar mesmo fora das fronteiras visíveis da comunidade eclesial, constituindo para todos uma forte chamada a compor as divergências através do diálogo e valorização de tudo aquilo que une”.

“Além disso impede a instrumentalização e manipulação da fé, porque obriga a redescobrir as suas raízes genuínas, a comunicar, defender e difundir a verdade no respeito pela dignidade de cada ser humano e segundo modalidades em que transpareça a presença daquele amor e daquela salvação que se quer espalhar”.

“Deste modo, oferece-se ao mundo – extremamente necessitado – um testemunho convincente de que Cristo está vivo e ativo, capaz de abrir caminhos de reconciliação sempre novos entre as nações, as civilizações e as religiões. Atesta-se e torna-se credível que Deus é amor e misericórdia”, acrescentou.

O Papa também pediu para “para harmonizar os conflitos que dilaceram a vida civil e cavam divisões difíceis de curar”, com a ajuda de Cristo.

O segundo assunto abordado por Francisco foi a fé do povo armênio e deu graças porque conferiu à Armênia “a sua identidade peculiar e a tornou mensageira de Cristo entre as nações”.

“Cristo é a vossa glória, a vossa luz, o sol que vos iluminou e deu uma nova vida, que vos acompanhou e amparou, especialmente nos momentos de maior provação. Curvo-me diante da misericórdia do Senhor, que quis que a Armênia se tornasse a primeira nação, desde o ano de 301, a acolher o cristianismo como sua religião, numa época em que grassavam ainda as perseguições no Império Romano”.

Francisco sublinhou que, “para a Armênia, a fé em Cristo não foi uma espécie de vestido que se põe ou tira segundo as circunstâncias e conveniências, mas um elemento constitutivo da sua própria identidade, um dom de enorme valor que se há de acolher com alegria e guardar com empenho e fortaleza, à custa da própria vida”.

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