A Igreja no Brasil comemora neste 9 de junho o seu copadroeiro e um dos primeiros evangelizadores no país, São José de Anchieta. Com esta data, tem início uma série de celebrações que mostram um caminho de santidade percorrido por católicos brasileiros, pois no mesmo mês são recordadas ainda as Beatas Nhá Chica e Albertina Berkenbrock.

Nascido em San Cristóbal de Le Laguna, nas Ilhas Canárias (Espanha), o jesuíta Anchieta chegou ao Brasil como missionário aos 19 anos. Percorreu grande parte do território nacional construindo Igrejas, escolas e até mesmo cidades, um constante catequista, que dedicou especial atenção aos índios.

“São José de Anchieta foi o iniciador de muitas coisas no Brasil, como o teatro a literatura e, principalmente, a catequese”, indica o reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, Padre Cesar Augusto dos Santos, SJ., lembrando que o santo deu início à cidade de São Paulo, que nasceu ao redor do colégio jesuíta também por ele fundado.

“Quando ele morreu – assinala o reitor –, já foi logo chamado de Apóstolo do Brasil pelas pessoas”, além disso, sua fama de santidade se espalhou rapidamente pelos lugares que passou. Neste sentido, Pe. Cesar ressalta a “presença santa” de Anchieta nestes territórios e como “o seu contato com Deus, com o transcendente se manifestava”.

Na Missa de canonização de São José de Anchieta, em 2014, o Papa Francisco destacou que o santo “soube comunicar o que ele mesmo experimentara com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido dele; o que o Senhor lhe comunicava nos seus exercícios”.

“Ele, juntamente com (Manuel da) Nóbrega, é o primeiro jesuíta que Inácio (de Loyola) envia para a América. Um jovem de 19 anos... Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação: lançou os fundamentos culturais de uma Nação em Jesus Cristo”, assinalou o Pontífice.

Pe. Cesar Augusto explica que Anchieta atuou “do sul de São Paulo ao sul de Pernambuco”. “Sua presença ajudou o Brasil a manter uma só língua, uma só fé e um só território”, considera.

Para a canonização de São José de Anchieta, o Papa Francisco, no uso de suas faculdades de Sumo Pontífice da Igreja Católica, dispensou o milagre e o inscreveu no Livro dos Santos. Entretanto, passados mais de 400 anos de seu falecimento, os relatos de milagres conferidos ao santo continuam a surgir.

Entretanto, não faltam graças alcançadas pela intercessão do jesuíta. A jovem Lorena da Cruz Santos, 19, moradora de Anchieta (ES), conta que foi diagnosticada com úlcera de córnea há poucos dias. Sua mãe, então, fez um voto a São José de Anchieta no primeiro dia da novena celebrada no Santuário dedicado ao santo e, cinco dias depois, os olhos já estavam curados.

“Anchieta é um exemplo para mim, porque foi um missionário que deu a vida a serviço dos outros e de mostrar a verdadeira palavra de Cristo, os ensinamentos, catequizando e testemunhando a postura de cristão”, conta Lorena.

Já a devota Glaucia Pinto Purificação relata que seu marido “sofreu um acidente terrível, com perda total do carro em 2014, mas o veículo tinha uma imagem de São José de Anchieta no vidro, e ele saiu ileso, sem nenhum arranhão”. Para ela, é preciso “valorizar nosso santo, orar constantemente, para fortalecer nossa fé”.

Sementes de evangelização que deram frutos

As sementes lançadas por São José de Anchieta renderam frutos que fazem hoje do Brasil o país com maior número de católicos do mundo.

Atualmente, além de São José de Anchieta, o país tem entre seus santos, por exemplo, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Santo Antônio de Santana Galvão, Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, as Beatas a serem celebradas ainda neste mês, Nhá Chica (14 de junho) e Albertina Berkenbrock (15 de junho), entre outros.

Além disso, é grande a lista de candidatos à canonização, tais como Guido Schäffe, Odetinha, o casal Jerônimo Magalhães e Zélia Pedreira, Padre José Antônio Maria Ibiapina.

Pe. Cesar Augusto diz ver com muita alegria o crescimento no número de candidatos à canonização no Brasil. Ele sublinha que a santidade deve ser vista como algo natural, pois “somos filhos de Deus e o Espírito Santo age em nós – lembrando que para percorrer o caminho da santidade é preciso ter fé – e faz com que cresçamos”.

Nesse sentido, os brasileiros passam a ter cada vez mais intercessores que viveram neste país, mas, para o reitor do Santuário de Anchieta, o mais importante é saber que “os santos, além de nossos intercessores, são testemunhos de vida cristã, por isso, devem ser exemplo para homens e mulheres, jovens, adultos e idosos, que nos incentivam a sermos firmes na fé”.

A festa de São José de Anchieta será celebrada no Santuário Nacional de Anchieta (ES), neste dia 09 de junho, com Missa presidida pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, às 14h.

Confira a programação em: http://www.santuariodeanchieta.com/confira-a-programacao-religiosa-da-festa-de-sao-jose-de-anchieta-de-2016.html