Os bispos mexicanos recordaram ao presidente do país, Enrique Peña Nieto, que as uniões homossexuais não podem se equiparar ao matrimônio, depois que o presidente anunciou que promoverá o reconhecimento do ‘casamento’ gay na Constituição e no Código Civil Federal.

Em um comunicado difundido ontem, assinado pelo presidente da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), Cardeal José Francisco Robles Ortega, os bispos assinalaram que “as uniões de fato ou entre pessoas do mesmo sexo” não podem “equiparar-se ao matrimônio”.

Peña Nieto anunciou no dia 17 de maio, através da rede social Twitter, que assinou “iniciativas de reforma para impulsionar que o casamento igualitário fique plasmado na Constituição e no Código Civil Federal”.

O presidente teve uma queda na sua popularidade desde que começou sua gestão em 2012. Em abril, o diário mexicano ‘Reforma’ assinalou que a aprovação do mandatário mexicano diminuiu até 30%, a menor aprovação que um presidente teve nesse país desde 1995.

A plataforma mexicana ‘Dilo Bien’ apresentou um abaixo-assinado exigindo aos senadores e deputados mexicanos que não aprovem as reformas propostas por Peña Nieto.

Citando a exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia do Papa Francisco, a CEM recordou que “não existe fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias, nem sequer remotas, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o matrimónio e a família”.

Os bispos reiteraram que “toda pessoa, independentemente de sua orientação sexual, deve ser respeitada em sua dignidade e tratada com compaixão e delicadeza, procurando evitar ‘todo sinal de discriminação injusta, e particularmente qualquer forma de agressão e violência’”.

A Igreja, explicaram os bispos mexicanos, “tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus” e o faz a exemplo do Filho de Deus que vai ao encontro de todos, sem excluir ninguém.

“Pelo que se refere às famílias, deve-se tentar assegurar um acompanhamento respeitoso, a fim de que aqueles que manifestam uma orientação sexual distinta possam contar com a ajuda necessária para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus em sua vida”, assinalaram.

“Em uma sociedade na qual já não advertem com claridade que somente a união exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher está de acordo com uma função social plena, por ser um compromisso estável e por tornar possível a fecundidade, reconhecemos a grande variedade de situações familiares que podem oferecer certa estabilidade, mas as uniões de fato ou entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo, não podem equiparar-se ao matrimônio”.

Os bispos advertiram que “nenhuma união precária ou fechada à comunicação da vida nos assegura o futuro da sociedade”.

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