Teve início no domingo, 8, e segue até o dia 15, Pentecostes, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), que neste ano tem por lema “Chamados e chamadas para proclamar os altos feitos do Senhor” (1Pe2,9), a fim de refletir sobre a realidade migratória.

A Semana de Oração é promovida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas, que prepararam os textos de reflexão desse evento. O material foi traduzido para o português pela Comissão episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com o site do Vaticano que traz o material sobre esta Semana, a sua celebração ocorre em datas diferentes nos hemisférios Norte e Sul. No Norte, é comemorada entre os dias 18 e 25 de janeiro, data “proposta em 1908 por Paul Watson (sacerdote anglicano), para cobrir os dias entre a festa de São Pedro e São Paulo, que têm um significado profundo”.

No hemisfério Sul, onde janeiro é tempo de férias de verão, explicam, “as igrejas frequentemente adotam outras datas para celebrar a Semana de Oração, por exemplo próximo a Pentecostes (sugerido pelo movimento Fé e Constituição, em 1926), que também é uma data significativa para a unidade da Igreja”.

A proposta da SOUC deste ano foi elaborada pelo movimento ecumênico da Letônia e adaptado para o Brasil pelo Movimento Ecumênico de Curitiba (MOVEC).

Conforme explica carta assinada por representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) – entre eles o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner – “o povo letão, no final do século XIX e primeira metade do século XX, foi obrigado a migrar por ocasião da ocupação russa. Parte dessa migração ocorreu por causa da perseguição religiosa”.

“A Letônia foi submissa aos czares, que tentaram impor a religião oficial como expressão de fé. As pessoas de outras expressões religiosas, entre elas Judaísmo, Cristianismo (catolicismo e protestantismo) e o Islã, foram perseguidas. Essa realidade mudou com o passar do tempo. Hoje, a Letônia é bem diferente. É possível o convívio entre diferentes expressões de fé”, assinalam.

Lançam ainda um olhar sobre o fenômeno da migração e dos refugiados e as grandes “ondas migratórias” de 2015 e também no início deste ano, que marcaram principalmente a Europa.

“No Brasil, a situação não é tão dramática como é na Europa. Mas também aqui aumentou o número de pessoas migrantes e refugiadas. Muitas delas buscam o nosso país na esperança de encontrar amparo e resgatar a dignidade de vida”, ressaltam.

Por fim, lembram que “o Batismo nos conclama ao respeito pelo migrante”. “Somos chamados e chamadas a proclamar os altos feitos do Senhor! Que essa proclamação se traduza em posturas de diálogo, acolhida e respeito para com aquelas pessoas que vêm ao nosso país em busca de novas oportunidades de vida”, concluem. 

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