Ao fazer uma análise da atual situação política e econômica do Brasil, marcada pela corrupção, o Arcebispo de Uberaba, Dom Paulo Mendes Peixoto, lamentou que “falta no país uma experiência concreta de fé”.

“Enquanto as pessoas, principalmente autoridades, quem tem poder de decisão, tem poder econômico, poder político, não derem primazia para a verdade, os rumos da nação não serão mudados”, advertiu o Prelado em recente artigo, intitulado “Um novo Brasil”.

No texto o Arcebispo indaga “onde vamos parar com tanta corrupção”, a qual “está por todo lado” e cujas “consequências vão se tonando cada vez mais visíveis”. Como exemplo, enumera “as denúncias de projetos superfaturados, de construções mal feitas, de desvios públicos, de pontes que caem matando pessoas, de asfalto sem resistência”.

Para Dom Paulo Peixoto, frente a esta situação, “a população vai perdendo a esperança porque está sendo ludibriada a todo momento e sofrendo com tudo isso”.

“Jesus – assinalou o Arcebispo – falava da construção de uma nova humanidade, mas que dependia de abertura para a prática da Palavra inspirada, que supõe a produção de frutos de qualidade na comunidade”.

Dom Paulo, porém, ressaltou que “isso é impossível acontecer no meio de atos desonestos e egoístas”.

O Arcebispo de Uberaba indicou que para mudar os rumos da nação é necessário que a Palavra de Deus, que “está centrada nos princípios de autenticidade e do bem comum”, toque os corações e tire “as maldades que não deixam a natureza cumprir sua missão”.

Dessa forma, observou que sem a experiência de fé, “a pessoa não consegue entender a dimensão profunda do amor e da coletividade nos negócios”.

“Reina o individualismo, que prioriza atos interesseiros, egoístas e com forte atitude de diabólica esperteza. Até parece que vencem os mais espertos, jogando por terra todos os princípios necessários para construir uma sociedade com dignidade”, alertou.

Em seguida, constatou que “a proposta cristã da Palavra de Deus não está conseguindo espaço de irradiação”. “Ela não consegue atingir os corações, ficando um vazio ocioso, facilitando a ação do mal que, por sua vez, vai sendo endeusado, destruindo a dignidade das pessoas”.

Por fim, o Prelado indicou que um caminho para um novo Brasil passa por “reforçar as nossas esperanças, confiar em Deus e trabalhar para dar um voto o mais consciente possível durante as eleições”.

“A política não pode se tornar refém do poder econômico, mas cumprir sua missão de organizar a sociedade de forma coerente e harmônica”, concluiu.

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