O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) bombardeou a igreja católica da Santa Maria em Mossul (Iraque), conhecida como a “igreja do relógio”, construída no final do século XIX.

 

A informação foi divulgada no dia 26 de abril pela página de notícias iraquiana ‘Ankawa’. O templo, que era administrado pelos dominicanos, conhecido especialmente pelo relógio colocado em sua torre –construída em 1882 – e foi um presente da imperatriz Eugenia, esposa do imperador francês Napoleão III.

Em declarações à agência vaticana Fides, a Irmã Luigina Sako, superiora da casa romana das Irmãs Caldeias Filhas de Maria, disse que nesta igreja havia uma gruta da Virgem de Lourdes, onde os jovens cristãos e muçulmanos costumavam ir. “Inclusive nossos amigos muçulmanos a conheciam e honravam como ‘a igreja da Virgem milagrosa’”.

Por sua parte, o Patriarca caldeu de Bagdá (Iraque), Dom Louis Sako, condenou este novo ataque dos terroristas islâmicos, que invadiram Mossul em junho de 2014 e obrigaram todos os cristãos a abandoná-la, caso contrário seriam escravizados ou decapitados.

“Publicaram a notícia de que os homens do Estado Islâmico bombardearam com dinamite a igreja latina pertencente aos sacerdotes dominicanos, localizada no centro de Mossul. É surpreendente o que está acontecendo no Iraque. Condenamos energicamente este novo ato dirigido a uma igreja cristã, como aqueles contra as mesquitas e outros lugares de culto”, expressou em um comunicado.

Esta Igreja se soma aos inúmeros templos e conventos destruídos pelo Estado Islâmico desde que surgiu no Oriente Médio. Dom Louis Sako exortou os políticos a acelerar uma “sincera reconciliação nacional”.

O nome original do ISIS era Jama'at al-Tawhid wal-Jihad e surgiu em 1999. Formado por muçulmanos sunitas, aliou-se Al Qaeda em 2003 para combater a invasão dos Estados Unidos e seus aliados. Em 2006, uniu-se a outros grupos sunitas para formar o Estado Islâmico do Iraque (ISI).

Em agosto de 2011, após o começo da guerra na Síria, o ISI liderado por Abu Bakr al-Baghdadi, enviou a este país uma missão chamada Frente Al Nusra, com a qual formaria em abril de 2013 o Estado Islâmico do Iraque e o Levante (ISIL); uma decisão que foi rechaçada pelo também líder de Al Nusra, Al Julani; e pelo líder do Al Qaeda, Ayman Al Zawahiri.

Isto causou o rompimento com Al Qaeda em fevereiro de 2014. Em junho desse ano, Al Baghdadi capturou Mossul e anunciou a criação de um califado. Este grupo, conhecido posteriormente como ISIS, controla parte do norte do Iraque e grandes setores da Síria, onde persegue as minorias cristãs, yazidis e muçulmanos xiitas.

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