O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, apresentou nesta sexta-feira, em Aparecida (SP) – onde acontece a 54ª Assembleia Geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), a exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, do Papa Francisco.

O prelado ressaltou, segundo assinala o portal A12 do Santuário Nacional de Aparecida, que o ponto culminante do documento é o discernimento e o acompanhamento pastoral das famílias.

Para Dom Odilo, o Pontífice busca em seu texto dar destaque para os pontos positivos do matrimônio, as diversas qualidades do amor no casamento, a felicidade e o valor humano iluminados pela Palavra de Deus.

Além disso, indicou o Arcebispo, a exortação toca em pontos de fragilidade do casamento, em trechos nos quais discernimento é a palavra-chave.

“O Papa nos apresenta citações de fragilidade nas famílias, situações irregulares, casamentos rompidos, segunda união, casamento apenas no civil ou uma convivência sem vínculo consolidado”, enumerou o Purpurado, segundo A12.

Ele ainda explicou que nessas situações o Papa diz que existem “circunstâncias atenuantes que devem ser consideradas na compreensão dessas pessoas e ajudando-as a caminhar, para que cheguem também ao ideal do casamento”.

A exortação Amoris Laetitia, sobre o amor na família, é resultado das reflexões do Santo Padre a partir dos Sínodos dos Bispos sobre a Família realizados no Vaticano em 2014 e 2015. Na época desses encontros dos bispos, a mídia secular se concentrou em dois temas: o acesso à comunhão por parte dos divorciados em nova união e a as uniões homossexuais.

Quanto ao acesso à comunhão por parte dos divorciados em nova união, Dom Odilo explicou que, no documento, o Santo Padre “delega ao acompanhamento pastoral dos bispos e padres, sobretudo no confessionário e na direção espiritual, no contato pessoal”. Ele ressaltou que “o Papa pede atenção na pura e simples aplicação das normas gerais”.

De acordo com Cardeal, não há mudanças em relação à exortação Familiaris Consortio, de São João Paulo II. Além disso, especificou que há diversas maneiras para os casais em segunda união se inserirem na vida da Igreja.

Em relação às uniões homossexuais, o Arcebispo esclareceu que “o Papa claramente diz que casamento só existe entre um homem e uma mulher, não existe casamento entre duas pessoas do mesmo sexo”.

“Portanto – acrescentou –, as pessoas que eventualmente escolheram esse caminho devem ser tratadas com respeito, mas isso não deve ser considerado um casamento nem essas pessoas podem pretender que seja considerado como tal”.

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