A Arquidiocese de Madri (Espanha) mostrou sua “admiração” e “preocupação” ante a retirada, por parte da prefeitura, de um pequeno monumento em homenagem aos oito beatos carmelitas assassinados durante a Guerra Civil. Esta havia sido colocada no cemitério Carabanchel em 1961.

A placa retirada recordava oito religiosos carmelitas que foram beatificados, entre outros, no dia 27 de outubro de 2013.

“Entendemos que existe uma confusão, pois supostamente seria uma inadequada aplicação da Lei de Memória Histórica, pela exclusiva condição de vítimas dos religiosos carmelitas, testemunhos pacíficos da reconciliação a qual todos devemos contribuir”, manifestou em um comunicado.

Segundo afirmaram os operários municipais que retiraram a placa, seria a fim de “restaurá-la”. Entretanto, esta suposta restauração coincide com o início da aplicação da Lei de Memória Histórica.

O município – liderado pela coalizão de extrema esquerda “Ahora Madrid” – iniciou ontem a retirada de monumentos com o objetivo de “retirar vestígios franquistas”, logo depois que as autoridades de Madri aprovaram um projeto no mês de dezembro.

O projeto durará pelo menos seis meses e pretende retirar tanto os nomes de ruas como os monumentos que façam menção à Guerra Civil Espanhola, devido à aplicação partidária da Lei de Memória Histórica.

Lei da Memória Histórica

Esta lei, aprovada em 2007, estabelece medidas em favor de quem sofreu perseguição ou violência durante a guerra civil e a ditadura de Francisco Franco, depois da Guerra Civil. Entretanto, foi muito controversa, pois pretendia favorecer uma ideologia e não a reconciliação dos espanhóis.

A norma obriga que os monumentos, símbolos ou nomes de lugares públicos estabelecidos depois da Guerra Civil espanhola sejam retirados.

Apesar de os monumentos relacionados com a Igreja católica estarem fora desta lei, em sua aplicação real não foi respeitada a memória dos mártires que morreram vítimas da perseguição religiosa durante os anos da Guerra Civil.

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