O Papa Francisco animou ontem os jovens da República Centro-Africana a serem como a bananeira, porque sempre dá vida e, sobretudo, porque tem o dom da resistência, uma virtude necessária ante a complicada situação que sofre o país, sendo considerado uma zona de guerra.

Na Catedral de Bangui, o Santo Padre fez este pedido, logo após escutar o jovem Evans Demba, que se dirigiu ao Pontífice representando os jovens reunidos para a vigília, realizada depois da Missa presidida pelo Papa.

Demba disse a Francisco que escolheram “o símbolo da bananeira a fim de representar a diversidade da juventude centro-africana (…) Esta árvore necessita de boas raízes e de ser bem conservada; e morre logo depois que seus frutos amadurecem e depois de reproduzir o que assegura sua substituição”.

O jovem centro-africano, em cujo país morreram mais de 6 mil pessoas por causa da violência dos rebeldes muçulmanos, disse ao Papa: “Muitos de nós estamos tentados a ir embora do nosso país para ter um futuro melhor lá fora”, e perguntou: “O que devemos fazer para que a paz e a prosperidade reinem em nosso país?”.

Francisco respondeu: “A banana é resistente, acho que isso marca claramente o caminho que se propõe neste momento difícil, de guerra, ódio, divisão. O caminho da resistência”.

“O amigo dizia que alguns de vocês querem fugir. Fugir dos desafios nunca é uma solução. É necessário resistir, ter a coragem da resistência na luta pelo bem. Quem escapa não tem a coragem de dar a vida”.

Em seguida, o Pontífice afirmou: “A banana dá a vida e se reproduz e dá mais vida, porque permanece lá. Alguns de vocês vão me perguntar: o que podemos fazer? Como se resiste? Vou lhes dar três ideias que poderão ser úteis para resistir”.

O amor, o perdão, a paz e, sobretudo, a oração

O Santo Padre explicou: “Antes de tudo: a oração. A oração é poderosa. A oração vence o mal. A oração nos aproxima de Deus que é Todo-Poderoso. Eu lhes faço uma pergunta: vocês rezam?”. Todos responderam “Sim”. O Pontífice completou: “Não devem esquecer de rezar”.

“Em segundo lugar é necessário ser ‘artesãos de paz’ e para isso se deve viver perdoando. Nada de ódio, muito perdão”.

“Se você não tiver ódio no coração, se perdoares, serás um vencedor! Porque serás vencedor da mais difícil batalha da vida: vencedor no amor! E pelo amor, vem a paz”, acrescentou.

“Com o amor, vocês serão vencedores na vida e darão vida sempre. O amor jamais fará de vocês derrotados. Corajosos no amor, no perdão e na paz!”.

O Papa disse aos jovens que estava contente por encontrá-los e os animou: “Confiem em Deus, porque ele é misericordioso. Ele é amor. Ele é amor, Ele é capaz de dar-nos a paz. E por isso falei há pouco que é necessário rezar para resistir, para amar, para não odiar, para ser artesão da paz”.

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