Rosa Maria Payá informou que a Fundação de Direitos Humanos (HRF, na sigla em inglês) dará seguimento ao caso da morte do seu pai Oswaldo Payá e de Harold Cepero, iniciado em 2013 perante a ONU, onde apresentará seu recente relatório no qual denúncia o envolvimento de agentes cubanos no falecimento de ambos dissidentes no dia 22 de julho de 2012.

Em declarações ao Grupo ACI, a promotora do Partido ‘Cuba Decide’ recordou que em 2013 o caso da morte do fundador do Movimento Cristão Liberação (MCL) e do ativista Harold Cepero foi apresentado perante às Nações Unidas.

“De fato, durante a coletiva de imprensa os relatores (quando o relatório foi apresentado) responderam que o caso estava aberto. Não mencionam o fato como um ‘acidente’, eles o definiram como um ‘ataque’”.

No dia 22 de julho, a HRF apresentou seu relatório em Washington DC (Estados Unidos). O documento de 80 páginas intitulado “Caso Oswaldo Payá” analisou o sistema jurídico cubano, a perseguição e a repressão sistemática dos dissidentes e ativistas pela democracia em Cuba”, a versão do governo sobre a morte de ambos os membros do MCL, o julgamento do espanhol Ángel Carromero e “o comportamento” do regime comunista “em relação ao direito internacional dos direitos humanos”.

Em suas conclusões, a HRF disse que “a evidência excluída de maneira deliberada denuncia que os fatos ocorridos no dia 22 de julho de 2012 não foram um acidente (…) mas o resultado de um fato automobilístico provocado deliberadamente por agentes do Estado, com a intenção de assassinar Oswaldo Payá e os passageiros que viajavam com ele, com a intenção de causar-lhes graves lesões corporais, realizada com negligente e/ou perversa indiferença — e um alto risco injustificado — pela vida do ativista pela democracia mais importante de Cuba nos últimos vinte e cinco anos”.

Nesse sentido, Rosa Maria assinalou que “as possíveis opções que diz (o relatório da RHF) todas classificam como assassinato. Para o sistema judicial, é o mesmo se a intenção é a de matar uma pessoa ou que essa pessoa fique em uma situação na qual você não sabe se morrerá ou viverá. Isso também é assassinato”.

Por outro lado, a filha do líder católico disse que a iniciativa Cuba Decide “está muito bem. De fato, agora vamos estar em Porto Rico e dentro da ilha (de Cuba) conseguimos vários apoios”.

A jovem explicou que “a oposição não é o objetivo de Cuba Decide, o objetivo de Cuba Decide é a cidadania e nesse sentido estamos trabalhando”. “Nós pedimos um plebiscito para que pergunte aos cubanos se depois de quase 67 anos querem que se realizem eleições livres, plurais, justas em Cuba com a liberdade de associação, de expressão, de imprensa”, assinalou Rosa Maria Payá.