Neste 19 de Julho a Igreja celebra a memória de um dos seus mais excelsos teólogos, São Boaventura, recordado com o título de Doutor Seráfico.

São Boaventura nasceu em Bagnorea, atualmente Bagnoregio, Itália, no ano de 1218. Tinha preferência pela Ordem fundada por São Francisco e antes de tornar-se beneditino ou dominicano, ordens que se destacavam pelos seus intelectuais, tornou-se franciscano abraçando a obediência e a pobreza Evangélicas.

Um dia, Frei Egídio em sua simplicidade indagou ao Frei Boaventura como poderia salvar-se, se desconhecia a ciência teológica, a quem Boaventura respondeu: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-lo, isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia."

São Boaventura foi discípulo de Alexandre de Hales, em Paris, permanecendo nessa cidade inicialmente como professor de teologia e posteriormente como mestre geral dos Frades Menores, que contava com mais de 20 mil membros, tendo sido eleito para este cargo com apenas trinta e seis anos de idade. Recusou a consagração episcopal várias vezes por humildade, mais foi eleito cardeal recebendo a sede de Albano Laziale.

Santo Tomás de Aquino e São Boaventura foram convidados pelo Papa Gregório X a prepararem o segundo Concílio de Lyon, mas Santo Tomás de Aquino faleceu alguns meses antes da abertura do concílio, em 7 de maio de 1274 e Boaventura durante o Concílio, no mesmo ano.

A caridade é o fundamento da doutrina teológica que Frei Boaventura ensinou com sua palavra e escritos. O livro "O itinerário da mente para Deus" está entre seus livros mais conhecidos.

Sempre colocava em seus escritos: “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspeção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humanidade, o estudo sem a graça".

São Boaventura morreu no dia 15 de Julho do ano de 1274. Foi canonizado em 1482 e declarado Doutor da Igreja pelo Papa Sisto V, em 1588, com o título de Doutor Seráfico, por sua vida fiel de oração e contemplação.