“A família é o hospital mais próximo, a primeira escola das crianças, o grupo de referência imprescindível para os jovens, o melhor asilo para os idosos”. Assim afirmou o Papa na sua homilia no parque Samanes em Guayaquil, Equador, na primeira missa que celebrou em sua viagem pela América do Sul. O Papa abordou o tema da família e pediu também orações pelo Sínodo dos bispos sobre os desafios da Família nos tempos atuais que será realizado em Roma em Outubro.

“A família constitui a grande ‘riqueza social’, que outras instituições não podem substituir, que deve ser ajudada e potencializada, para não perder nunca o justo sentido dos serviços que a sociedade dispõe aos cidadãos”, afirmou, e indicou que existe “uma verdadeira ‘dívida social’ em relação à instituição familiar, que tanto contribui ao bem comum de todos”.

 “A família também forma uma pequena Igreja, uma ‘Igreja doméstica’ que, junto com a vida, represa a ternura e a misericórdia divina”, e onde “a fé se mescla com o leite materno: experimentando o amor dos pais se sente próximo o amor de Deus”.

“Muitas vezes não é o ideal, não é o que sonhamos, nem o que ‘deveria ser’”, entretanto, “o vinho novo das bodas de Caná nasce dos odres de purificação, ou seja, do lugar onde todos tinham deixado seu pecado… ‘onde abundou o pecado, superabundou a graça’”, assinalou.

Por isso, convidou a rezar pelo Sínodo da Família que se realizará em outubro “para amadurecer um verdadeiro discernimento espiritual e encontrar soluções concretas às muitas dificuldades e importantes desafios que a família deve enfrentar nos nossos dias”.

“Ainda não veio o tempo em que saboreamos o amor diário, onde os nossos filhos redescobrem o espaço que partilhamos, e os mais velhos estão presentes na alegria de cada dia. O melhor dos vinhos ainda não veio para cada pessoa que aposta no amor. A família deve apostar no amor, deve apostar em amar. E ainda não veio, mesmo que todas as variáveis e estatísticas digam o contrário; o melhor vinho ainda não chegou para aqueles que hoje veem desmoronar-se tudo”.

“Murmurai até acreditá-lo: o melhor vinho ainda não veio; e sussurrai-o aos desesperados ou que desistiram do amor. Tenham paciência e esperança, assim como Maria, porque o melhor vinho está por vir”, afirmou o Santo Padre.

Deus sempre Se aproxima das periferias de quantos ficaram sem vinho, daqueles que só têm desânimos para beber; Jesus sente-Se inclinado a desperdiçar o melhor dos vinhos com aqueles que, por uma razão ou outra, sentem que já se lhes romperam todas as talhas. Como Maria nos convida, façamos «o que Ele nos disser» e agradeçamos por, neste nosso tempo e nossa hora, o vinho novo, o melhor, nos fazer recuperar a alegria de ser família. Que assim seja. Amém”.