Alguns avisos espalhados pelas ruas de Mossul pelos militares do Estado Islâmico (ISIS) anunciam nos próximos dias a abertura da chamada “mesquita dos mujiahiddin”, que até a entrada dos jihadistas era a Igreja de São Efrém da Síria.

Fontes locais informaram através da página iraquiana ankawa.com sobre o fato, posteriormente confirmado pela Agência vaticana Fides. O anúncio foi divulgado na véspera do primeiro aniversário da conquista jihadista de Mossul, ocorrida na noite de 9 de junho de 2014.

São Efrém era um dos maiores locais de culto cristão entre os localizados no centro urbano de Mossul, e pertencia à Igreja Sírio Ortodoxa. Alguns indícios deixavam antever a intenção dos jihadistas em transformá-la em mesquita, após milicianos do Califado terem escolhido os prédios anexos como sede do Conselho de Estado dos Mujahiddin.

A cruz sobre a cúpula havia sido removida e durante o outono passado, bancos e outros móveis haviam sido retirados e colocados à venda em frente ao lugar santo.

Sobre este primeiro ano da tomada de Mossul, o Patriarca católico de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphael Sako, dirigiu uma mensagem aos fiéis que foram obrigados a fugir de sua cidade, expressando-lhes proximidade através da oração e também a esperança de que regressem logo à casa, “na terra dos seus pais”.

Em sua mensagem, o Patriarca pede aos políticos iraquianos trabalhar sinceramente pela reforma e a reconciliação. “Somente a perspectiva da reconciliação nacional –recorda– acabará com a tragédia de todo um povo e fará que os iraquianos não continuem lutando e matando-se, justificando os conflitos com razões religiosas, enquanto as crianças continuam morrendo de fome, sede, ou pela falta de medicamentos”.

O Patriarca declarou: “A Igreja fará todo o possível para continuar apoiando material e espiritualmente as multidões de refugiados dispersos no país e nos países vizinhos e permanecerá rezando para que o Senhor conceda imediatamente o dom da paz”, concluiu.