Os pais de Teddy sabiam que seu filho teria uma vida curta. Esperavam gêmeos e um deles foi diagnosticado com anencefalia. Para Jess Evans e Mike Houlston o aborto nunca foi uma opção e decidiram viver intensamente os minutos ou horas que um dos seus filhos tivesse de vida e não imaginaram que ele se converteria no herói mais jovem do Reino Unido.

A família Houlston recebeu os seus dois filhos com dor e alegria. Depois da morte de Teddy, doaram os rins do bebê para salvar outra vida e esperam que mais pessoas se inspirem neste exemplo.

A atitude da família Houlston converteu Teddy no doador de órgãos britânico mais jovem do país o que o levou a considerado um herói para muitas pessoas. “Pensamos que inclusive se tivéssemos um momento, ou dez minutos, ou uma hora com ele, esse tempo seria a coisa mais preciosa jamais experimentada”, expressaram os pais ao Daily Mirror.

Segundo reportou o G1, o bebê viveu apenas 100 minutos; já seu irmão gêmeo nasceu saudável. O Serviço Nacional de Saúde revelou a história para encorajar a doação de órgãos.

O caso apareceu na imprensa um ano depois de ocorrido. O médico Paul Murphy, do “NHS Blood and Transplant”, declarou: “É raro que os recém-nascidos sejam considerados como doadores”, recordou, “os pais expressaram seu desejo de doar os órgãos do bebê, mas disseram que isto não seria possível porque Teddy era muito jovem.

“Mas Mike e Jess estavam determinados e se encontraram uma maneira de realizar a doação”, indicou o Dr. Murphy. “Toda doação é inspiradora, porque é um ato desinteressado de heroísmo. Mas a história de Teddy é extraordinária. Foi o doador de órgãos mais jovem da nação”, assinalou o médico.

Os pais de Teddy desejavam que seu filho ajudasse a alguém necessitado de um transplante. “Nos conforta muito saber que ele ajudou alguém e que inclusive os médicos vejam que é possível a doação de órgãos de bebês e que pessoas como nós querem que isto aconteça”.

“Embora ele não esteve muito tempo conosco, nós o trouxemos ao mundo sabendo que não havia esperança de vida para ele, estamos orgulhosos do seu heroísmo”, afirmou a mãe do bebê, ao Jornal Daily Mirror após um ano da operação.

Em seguida, Jess reiterou: “Tenho a plena confiança de que a história de Teddy inspirará as famílias que estão passando pela mesma situação de perder seu filho”, pois “saber que uma parte de um ser querido vive em outra pessoa é reconfortante”.

Seu pai, Mike disse: “Viveu e morreu como um herói. É impossível explicar o quanto estamos orgulhosos dele”.

Segundo afirma a enfermeira que levou Teddy à sala de operações para fazer o transplante: “A doação de órgãos de bebês poderia ser repetida outras vezes, apesar da incredulidade inicial da equipe médica”.

“Confiamos que o transplante pode ser feito outras vezes”, afirmou Angharad Griffith, enfermeira especialista em doação de órgãos do hospital ‘NHS Blood and Transplant’, em declarações BBC Radio 4.

“Sei que Jess e Mike acreditam firmemente que isto é algo que gostariam que outras famílias oferecessem se estivessem nesta mesma situação. A opção de doar os órgãos foi uma decisão natural para eles. Ambos acreditam que as famílias deveriam aceitar esta opção”, concluiu a enfermeira.