No próximo domingo, dia 17 de maio, terá início a Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos, que antecede a Solenidade de Pentecostes, no dia 24 de maio. Este ano, o tema será “Dá-nos um pouco da tua água” (João 4,7). A passagem bíblica escolhida demonstra que Jesus tomou a iniciativa de dialogar com a Samaritana.

“No diálogo ecumênico, não importa se os outros cristãos não pensam como nós católicos, nós temos que ir ao encontro de nossos irmãos. Assim, nos envia Jesus, e assim nos envia a própria mãe Igreja, como muito explicitado no Concílio Vaticano II, voz do magistério. Sem preconceitos, tal como o Cristo, devemos vencer as barreiras, erguendo pontes e não muros”, motivou o coordenador da Comissão pelo Ecumenismo e Diálogo Interreligioso da Arquidiocese do Rio (RJ), padre Fábio Luiz de Souza.

Ele destacou que a Samaritana era uma mulher de um povo adverso ao judaísmo. “Os Samaritanos eram como hereges aos olhos judaicos. Os judeus não se misturavam com os Samaritanos, e nem iam às suas terras. Porém, Jesus foi ao encontro dela. Encontrou em terras estranhas com uma mulher não bem vista, do ponto de vista religioso. Jesus quebrou as barreiras e venceu todas as contrariedades, mesmo as de ordem religiosa, para ir ao encontro daquela mulher. Era um encontro, portanto, que poderia parecer impossível, contrário, mas ele aconteceu. Assim é o diálogo ecumênico”, afirmou.

Para o sacerdote ainda há um longo e árduo trabalho a ser seguido: “Durante a Jornada Mundial da Juventude Rio2013, tivemos uma belíssima iniciativa. Vários grupos cristãos se reuniram para rezar e se encontrar. Na PUC-RIO aconteceu, por exemplo, um encontro dos jovens monoteístas: católicos, judeus e muçulmanos”, contou.

Entre os progressos, ele ressaltou que estão em diálogo com a Igreja Católica muitas Igrejas da Reforma como Anglicanos e Luteranos, e muitas Igreja antigas como Batistas, Presbiterianos e Metodistas. Padre Fábio ressaltou que a Igreja Católica é pró-ativa no diálogo ecumênico, buscando, sempre que possível, meios e situações para realizar reuniões de oração em comum.

“O Papa Francisco por sua simplicidade e palavras inteligíveis aos homens simples da sociedade tem conquistado corações para o desafio do ecumenismo. Ele motiva muito a Igreja, principalmente agora com as Igrejas do Oriente, que ele demonstra querer uma aproximação mais concreta. O Papa também demonstra uma grande abertura ao mundo muçulmano. Francisco prega uma cultura do encontro”.

Padre Fábio destacou também a questão do ecumenismo do sangue que o Papa vem mencionando em seus encontros com cristãos ortodoxos e de outras confissões.

“O Pontífice reitera que o testemunho do martírio cristão, por exemplo, não é um patrimônio espiritual somente dos católicos. Hoje, os cristãos, como em épocas passadas, sofrem para dar a certeza do Evangelho que é a ressurreição e a vida nova trazida por Jesus. E isto não pode ser menosprezado por nenhuma igreja, ou mesmo religião”, concluiu.