Nesta manhã o Papa Francisco recebeu no Vaticano o esposo e a filha de Asia Bibi, a mãe católica que foi injustamente condenada à morte e encarcerada há cinco anos no Paquistão. O Santo Padre abençoou ambos e garantiu-lhes suas orações pelos cristãos perseguidos.

Ashiq Masih e sua filha Eisam, acompanhados de Ignácio Arsuaga, presidente da plataforma espanhola HazteOír de defesa dos direitos humanos, receberam a bênção do Papa Francisco, enquanto o Pontífice expressou ao marido de Asia Bibi: “rezo por Asia, por ti e por todos os cristãos que sofrem”.

O Papa, indica a nota do site MasLibres.org, mostrou-se especialmente próximo a ambos e demonstrou muito interesse pela situação atual de Asia Bibi. 

HazteOír afirma ainda que esta é a primeira vez que Ashiq Masih viaja ao Vaticano. Ele se encontra na Europa para a celebração do I Congresso Internacional sobre Liberdade Religiosa “Todos Somos Nazarenos” organizado pela plataforma MasLibres.org e a Fundação CitizenGO.org, entre os dias 17 e 18 de abril em Madri (Espanha).

Arsuaga também entregou o pedido de milhares de cidadãos que imploram ao Pontífice que interceda por Asia Bibi e que reze pelos cristãos perseguidos, em especial pelos cristãos de Paquistão. O Santo Padre respondeu: “claro que sim, rezo por eles todos os dias”.

Por outra parte, o Pontífice ficou interessado pelo significado da letra nun do alfabeto árabe que Arsuaga levava no seu Terno. Se trata de um distintivo que a plataforma MasLibres.org, distribuiu no verão passado, como símbolo de identificação dos cristãos perseguidos, pelos extremistas muçulmanos do Estado Islâmico. Do mesmo modo que durante o nazismo a estrela de Davi indicava aos soldados de Hitler as casas de judeus, a letra nun, correspondente à letra “n”, de nazarenos, é o distintivo dos lugares onde habitam e trabalham cristãos para os jihadistas na Síria e no Iraque.

Em declarações ao grupo ACI em Roma, Joseph Nadeem, advogado de Asia Bibi, explicou que eles apelaram à Corte Suprema “mas o processo pode demorar muito tempo. Ainda temos a esperança do perdão presidencial e só nesse caso poderia ser libertada imediatamente”.

Ashiq Masih afirmou que “estamos na Itália para poder levantar a nossa voz por uma mulher inocente que está sofrendo encarcerada há seis anos”.

“Queremos pedir ao Santo Padre que pressione ao governo do Paquistão para que libertem Asia Bibi. O Pontífice nos abençoou”, disse Masih ao grupo ACI.

O caso de Asia Bibi começou em 2009, quando trabalhava recolhendo frutas com outras mulheres muçulmanas. Em uma ocasião foi ao poço local para tomar água e esse simples fato fez que as suas companheiras a acusassem de tornar a água impura para o resto de trabalhadores porque ela era cristã.

No dia seguinte, ela foi atacada por um grupo de muçulmanas e levada a uma delegacia de polícia “para sua segurança” e lá foi acusada de blasfêmia contra Maomé. Em 2010 foi condenada à morte sob a lei de blasfêmia. Entretanto, Bibi expressou que sempre foi inocente e que nunca insultou o Islã.