Cynthia Cheroitich é uma estudante cristã de 19 anos que sobreviveu o massacre da Universidade da Garissa (Quênia) graças a ter se escondido no armário de seu dormitório antes que entrassem os guerrilheiros do Shabab, que advertiram aos estudantes que só sairiam livres os que sabiam ler como muçulmano.

O ataque do Shabab –filial do Al Qaeda na Somália–, deixou 148 mortos e ocorreu na manhã da Quinta-feira Santa. Os jihadistas foram primeiro à sala-de-aula onde se reuniam os cristãos para rezar e logo ingressaram nos dormitórios.

Ao ouvir os disparos, Cynthia decidiu esconder-se no armário e cobrir-se com a roupa, enquanto suas duas companheiras se refugiaram debaixo das suas camas até que os terroristas disseram que saíssem.

“Disseram-lhes que se não soubessem ler na palavra muçulmana, o que quer que fosse, teriam que deitar-se”, relatou a jovem à CNN. E acrescentaram: “se souberem, vão para o outro lado”.

A jovem disse que não sabe o que aconteceu suas companheiras mas os terroristas disparavam por todos lados. “Não queria abrir meus olhos”, recordou.

Durante os dois seguintes dias continuou escondida dentro do armário e para vencer a sede teve que beber loção para o corpo. Quando chegou a polícia ela não quis sair, pois não sabia se eram oficiais ou terroristas. Ela deixou o esconderijo que a salvou do massacre às 10:00 a.m. do sábado quando ouviu um dos seus professores.

“Estava orando ao meu Deus”, disse a estudante à imprensa internacional.

O testemunho de Cynthia se soma ao de outros jovens cristãos e muçulmanos que conseguiram salvar-se do massacre, uma das piores ações cometidas pelo Shabab como represália à presença de tropas quenianas na Somália, país onde o grupo terrorista quer impor a lei islâmica.

Por sua parte, a Força Aérea do Quênia bombardeou duas bases do Shabab no sul da Somália em resposta ao ataque contra a Universidade de Garissa.