O Arcebispo de Sarajevo, Cardeal Vinko Puljic anunciou que “A paz esteja convosco” será o lema da visita do Papa Francisco a Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, no próximo 6 de junho.

O Cardeal Paljic também apresentou o logotipo da viagem, que conforme informou a agência italiana SIR, representa uma pomba com um ramo de oliveira, símbolo da paz e uma cruz da qual emana um triângulo estilizado que simboliza as fronteiras da Bósnia. As cores do logotipo evocam as da bandeira da Bósnia e também da Croácia, membro da antiga Iugoslávia: branco, azul, amarelo e vermelho.

A apresentação do logotipo ocorreu em 24 de março. O Cardeal Puljic explicou que “está inspirado no mesmo Papa Francisco quando pronunciou que o objetivo de sua visita é animar o processo de paz na Bósnia. ‘A paz esteja convosco’, além disso, é a expressão usada por Jesus para saudar seus discípulos em sua aparição depois da Ressurreição. Vivemos em tempos incertos para o futuro e por isso, todos os habitantes deste país, e de modo particular os católicos, precisamos de tal incentivo”.

Por último, o Cardeal Puljic agradeceu aos autores do logotipo, os artistas Miroslav šetka e Dragan Ivankovic, por oferecerem gratuitamente a sua colaboração.

Atualmente uma delegação da Santa Sé está na capital da Bósnia com o objetivo de definir um programa papal da visita, e no dia 8 de abril serão divulgados maiores detalhes desta viagem.

No último dia 16 de março os Bispos da Bósnia visitaram o Vaticano por ocasião de sua visita ad limina apostolorum, ocasião onde o Papa aproveitou para convida-los a curarem feridas, evangelizarem e serem pais de todos.

“A sociedade em que vivem tem uma dimensão multicultural e multiétnica, vocês têm a tarefa de serem pais de todos, mesmo nas limitações materiais e na crise em que se encontram”, animou o Pontífice.

Além disso, ao anunciar a sua viagem à Bósnia, o Papa convidou os fiéis a rezarem “para que minha visita àquela querida população seja de estímulo para os fiéis católicos, suscite fermentos de bem e contribua para a consolidação da fraternidade e da paz”.

Com a desintegração da Iugoslávia, Sarajevo tornou-se a capital da independente República da Bósnia e Herzegovina em 1992, começando assim as hostilidades entre as três nacionalidades principais do país.

Os bosníacos (bósnios muçulmanos) e os bósnio-croatas da Bósnia e Herzegovina apoiaram a independência, mas a maioria dos sérvios-bósnios (30 por cento da população), apoiados pelo resto dos sérvios da antiga Iugoslávia, opuseram-se dando lugar à guerra com uma tentativa de criar a Grande Sérvia.

Nos primeiros anos dessa guerra ocuparam 70 por cento do território bósnio de maneira violenta, e ocorreu uma cruel e sistemática limpeza étnica consistente, sobretudo, na eliminação de muçulmanos.

A Guerra da Bósnia se prolongou por vários anos, causando a destruição na cidade pelos intensos bombardeios e terminou com a Batalha da Bósnia Ocidental e a derrota do exército sérvio-bósnio. A guerra deixou 250.000 mortos e cerca de 2 milhões e meio de refugiados.

Conhecida como a “Jerusalém da Europa”, Sarajevo tem mais de 305.000 habitantes e uma longa história de coexistência religiosa entre muçulmanos e cristãos, tanto ortodoxos como católicos.