Ao presidir a oração do Ângelus ontem, diante dos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco assegurou que “o caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade”.

O Santo Padre pediu que “não nos esqueçamos! O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade. Haverá sempre uma cruz no meio, as provas, mas no final sempre nos leva à felicidade. Jesus não nos engana! Prometeu-nos a felicidade e nos dará se seguirmos em seus caminhos”.

“Neste segundo domingo da Quaresma, a Igreja nos indica a meta deste caminho de conversão, ou seja, a participação na glória de Cristo, que resplandece no rosto do Servo obediente, que morreu e ressuscitou por nós”.

O Papa destacou que “o Evangelho narra o evento da Transfiguração, o cume do ministério público de Jesus. Ele está a caminho de Jerusalém, onde se cumprem as profecias do ‘Servo de Deus’ e se consumirá o seu sacrifício redentor”.

“As multidões não compreendem isso: diante da perspectiva de um Messias que contrasta com suas expectativas terrenas, o abandonam. Eles achavam que o Messias seria um libertador do domínio romano, um libertador da pátria”.

Esta perspectiva de Jesus, indicou Francisco, “não agrada, e eles o deixam. Também os Apóstolos não entendem as palavras com as quais Jesus anuncia o êxito da sua missão na paixão gloriosa. Não entendem!”.

“Jesus, então, toma a decisão de mostrar a Pedro, Tiago e João, uma antecipação de sua glória, que acontecerá após a ressurreição, para confirmá-los na fé e encorajá-los a segui-lo no caminho da prova, no caminho da Cruz. E assim, em um monte alto, imerso na oração, se transfigura diante deles: o seu rosto e toda a sua pessoa irradia uma luz fulgurosa”.

O Papa assinalou que “os três discípulos se assustam, enquanto uma nuvem os encobre e soa do alto- como no Batismo no Jordão - a voz do Pai: ‘Este é meu Filho muito amado; ouvi-o’”.

“Jesus é o Filho que se fez Servo, enviado ao mundo para realizar através da Cruz o projeto de salvação, para salvar a todos nós! A sua plena adesão à vontade do Pai torna sua humanidade transparente à glória de Deus, que é Amor”.

O Santo Padre indicou que “Jesus revela-se como o ícone perfeito do Pai, o esplendor da sua glória. É o cumprimento da revelação; por isso, ao lado dele transfigurado aparecem Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas, como se quisesse dizer que tudo termina e começa em Jesus, na sua paixão e na sua glória”.

“A mensagem para os discípulos e para nós é esta: "Escutai-o!". Escutem Jesus, Ele é o Salvador: sigam-no. Ouvir Cristo, de fato, consiste em assumir a lógica do seu mistério pascal, colocar-se em caminho com Ele para fazer da própria existência um dom de amor aos outros, em dócil obediência à vontade de Deus, com atitude de despojamento das coisas mundanas e de liberdade interior”.

“Em outras palavras, é necessário estar preparado para ‘perder a própria vida’, doando-a a fim que todos os homens sejam salvos: assim, nos encontraremos na felicidade eterna”.

Francisco encorajou a que “com Pedro, Tiago e João subamos também nós hoje ao Monte da Transfiguração e paremos para contemplar o rosto de Jesus, para receber a mensagem e traduzi-la em nossas vidas, para que nós também possamos ser transfigurados pelo amor”.

“Na realidade, o amor é capaz de transfigurar tudo. O amor transfigura tudo!”.

“Vocês acreditam nisso? Acreditam?”, perguntou Francisco aos fiéis e peregrinos congregados na Praça São Pedro.

“Parece-me que não acreditam tanto por aquilo que escuto. Acreditam que o Amor transfigura tudo? Bem, agora vejo. Sustente-nos neste caminho a Virgem Maria, que agora invocamos com a oração do Ângelus”, finalizou.