O livro do filósofo argentino Carlos Alberto Sacheri, que teve diversas edições em vários países latino-americanos, já pode ser encontrado em português.  A Ordem Natural, publicada pelas Edições Cristo Rei, é um breve mas completo compêndio da Doutrina Social da Igreja, tema que está sendo tratado atualmente na Campanha da Fraternidade 2015.

A tradução brasileira surge quarenta anos depois do assassinato do escritor. Na Argentina, muitos católicos consideram Sacheri um mártir pela forma como sua vida lhe foi tirada. Sua morte ocorreu no dia 22 de dezembro de 1974, quando ele tinha 41 anos. Ele foi baleado na presença de sua esposa e de seus filhos, logo depois de sair da Missa dominical. Os assassinos eram membros do grupo comunista Exército Revolucionário do Povo (ERP).

Segundo o diretor da editora, Guilherme Ferreira, a ideia de apresentar Sacheri ao público brasileiro surgiu quase junto com a fundação da própria editora. “Era um dos primeiros títulos que desejávamos publicar, pelo valor e utilidade que essa obra pode ter para os leigos que lidam com as realidades temporais diariamente. A Providência permitiu que tivéssemos sua obra pela primeira vez em português na comemoração dos quarenta anos de sua morte, em dezembro de 2014”.

Carlos Alberto Sacheri nasceu na cidade de Buenos Aires em 1933 e desde muito jovem destacou-se por sua capacidade intelectual e por seu amor a Cristo e sua Igreja. Participou da Ação Católica Argentina, onde descobriu sua vocação laical e conheceu a obra de Santo Tomás de Aquino, em cujos estudos se aprofundou durante sua vida universitária, tornando-se um tomista.

Seu apostolado foi eminentemente laical, orientado à formação de universitários e homens de ação. Foi diretor do Instituto de Filosofia da Justiça da Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Buenos Aires, coordenador geral do Instituto de Promoção Social Argentina e também o principal propulsor da Sociedade Tomista Argentina, da qual foi secretário.

A Ordem Natural é uma compilação de 50 artigos publicados originalmente, a partir de maio de 1971, no jornal La Nueva Província, abordando o tema da Igreja e do social.

O núncio apostólico na Argentina, monsenhor Lino Zanini, chegou a escrever uma carta a ele, dizendo que o Papa Paulo VI expressou sua viva gratidão pelos referidos artigos.

A tradução foi feita pelo professor Renato Romano, que afirma que o livro “é realmente uma completíssima síntese do pensamento social da Igreja”. A obra tem 268 páginas.