O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, está convencido de que “um consagrado sem alegria não tem sentido” dentro da Igreja.
 
O principal responsável vaticano da organização do Ano da Vida Consagrada 2015, conversou com o Grupo ACI em 6 de fevereiro em Roma por ocasião da Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, dedicada ao tema “Encontrar Deus no coração da cidade”, compartilhando os desafios que os consagrados enfrentam na hora de anunciar o Evangelho nas cidades.
 
“Queremos seguir as indicações do Santo Padre. O primeiro de tudo é que não tem sentido um consagrado sem alegria, porque se alguém encontrou um grande ideal, é necessário que esteja alegre, se estiver triste não adianta. Que sejamos corajosos, capazes de anunciar os valores do reino de Deus, e também ser capazes de sair de nós mesmos”, afirmou o Cardeal.
 
O Cardeal assinalou que as instituições religiosas estão trabalhando para mesclar-se com os leigos e assim estender o Evangelho nas cidades de diversos modos: “Descobrimos uma palavra no segundo capítulo do Evangelho de Marcos que diz que é necessário colocar o vinho novo em odres novos, e este fato nos ajudou a entender que os odres novos são Jesus e o Evangelho, assim acreditamos e o estamos experimentando”, afirmou.
 
Recordando a carta apostólica do Santo Padre Francisco a todos os consagrados por ocasião do Ano da Vida Consagrada, o Cardeal Braz de Aviz disse que os consagrados devem cuidar três pontos fundamentais: experimentar a fraternidade verdadeira, estar em contínua formação, e renovar o sentido do poder.
 
O Cardeal exortou a viver intensamente em comunidade: “quer dizer, a vida de comunhão, nós temos que experimentar realmente uma fraternidade verdadeira, não uma Igreja de castas, mas sim de irmãs e irmãos, e isso diz respeito não só aos consagrados ou consagradas, mas também aos sacerdotes e bispos”.
 
Em segundo lugar, o cardeal brasileiro explicou que também “temos que rever o nosso modo de ver a formação, não mais como alguém que se forma durante um período e termina, mas como alguém que desde o ventre materno até o último suspiro está sempre em formação. Deste modo, a formação seria contínua e todas as influências chegam a esta pessoa desde várias partes”.
 
“A terceira coisa é renovar o sentido do poder, tanto o poder da autoridade como do dinheiro. E estamos trabalhando sobre estes campos”, concluiu.
 
O Ano da Vida Consagrada 2015 está pensado no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II e, em particular, dos 50 anos da publicação do decreto conciliar ‘Perfectae caritatis’, do Beato Paulo VI sobre a renovação da vida consagrada.