Em um comunicado a Comissão Islâmica da Espanha (CIE) que é o representante oficial dos muçulmanos na Espanha, expressou “a sua total condenação aos atentados de Paris contra os empregados do semanário Charlie Hebdo”, ocorrido nesta quarta-feira.

“A comunidade muçulmana da Espanha veio reafirmando nos últimos anos a sua rejeição e firme condenação ao terrorismo e à violência em todas as suas formas”, afirma o comunicado. A CIE assinalou que “os indivíduos autores dos atentados não representam em nada nem o Islã nem a comunidade muçulmana, mas pelos seus atos e atuações são inimigos declarados da nossa religião e de toda a comunidade muçulmana na Europa e no mundo inteiro”.

Do mesmo modo, disse que os êxitos conseguidos na luta contra o terrorismo internacional são “fruto da ação conjunta de vários países, incluindo os estados de maioria muçulmana, que são as vítimas primeiras e mais importantes deste terrorismo” e animou todos os países “a lutar contra este mal sem ambiguidade e sem cair na armadilha de utilizá-lo para alcançar objetivos políticos”.

A CIE também denunciou que o terrorismo “se converteu em um instrumento gerador de islamofobia nas mãos de todos aqueles que procuram difundir o ódio contra o Islã e contra os muçulmanos”. “Consideramos que eventos como os julgamentos ocorridos na Espanha pelo 11-M constituíram uma lição de como um estado democrático pode combater o mal do terrorismo com eficácia dentro do respeito ao marco constitucional e legal e aos princípios que a União Europeia defende e nos quais se fundamenta”, declaram no comunicado.

Além disso, a Comissão Islâmica da Espanha destacou a importância que teve a ‘fátua’ contra o terrorismo lançada pela Comissão em março de 2005. Uma ‘fátua’ é um pronunciamento legal no Islã, emitido por um especialista em lei religiosa sobre uma questão específica.

Para os representantes muçulmanos “esta fátua ressaltou que o Islã e o terrorismo são termos incompatíveis, já que o Islã não tolera nem justifica nenhum tipo de terrorismo, independentemente de quem o cometa”, por isso, precisam que “o terrorismo é um claro inimigo de todos aqueles que estamos trabalhando em prol da convivência e de uma sociedade inclusiva e multicultural como a que defendemos os muçulmanos da Espanha”.