A norte-americana Heather Knies compartilhou o seu testemunho de como sobreviveu a um câncer terminal parecido com o de Brittany Maynard que se submeteu a um suicídio medicamente assistido na semana passada. Se você luta contra a doença, assegura Heather, “tem uma oportunidade de vencer”.

Heather, que mora em Phoenix, estado do Arizona (Estados Unidos), foi diagnosticada com um câncer cerebral na etapa 4–“terminal”– quando tinha 24 anos. Os médicos lhe deram apenas seis meses de vida.

Entrevistada pela rede de televisão 3TV no início de novembro, Heather, atualmente com quase 36 anos, confessou que se sentiu “desconsolada” quando soube da decisão de Brittany de acabar com a sua vida.

“Eu queria que ela lutasse e o vencesse, porque eu fiz isso”, disse.

Aos seus 29 anos, Brittany Maynard foi diagnosticada pelos médicos com um câncer cerebral terminal, e tinha um diagnóstico de apenas seis meses de vida. Como não podia fazer um suicídio assistido no seu Estado natal, Califórnia, ela e o seu marido se mudaram para Oregon, onde esta prática é legal.

Em um vídeo difundido em outubro pela organização “Compassion & Choices” (“Compaixão e Escolhas”), que promove a eutanásia nos Estados Unidos, Brittany anunciou que se submeteria a um suicídio medicamente assistido no dia 1º de novembro deste ano.

Brittany teve uma aparente mudança de opinião alguns dias antes da data prevista, e assim o anunciou em um novo vídeo. Entretanto, conforme indicou Compassion & Choices e sua família, através de um obituário, a jovem se suicidou no dia 1º de novembro.

Heather Knies assinalou que como parte de sua luta contra o câncer, ela se submeteu a duas cirurgias cerebrais e depois terminou o tratamento com quimioterapia e radioterapia.

Atualmente, está completamente livre do câncer.

Heather lamentou que Brittany não tenha escolhido lutar contra a doença e indicou que não a julga, mas assinalou que “eu só quero que as pessoas saibam que há outra opção. Você pode lutar, ser um caso atípico e ser uma sobrevivente”.

“Só quero que todos aqueles que enfrentam uma doença mortal saibam que se lutarem contra ela, têm uma oportunidade de vencer”.

Em uma entrevista à ABC News em janeiro de 2013, o cirurgião que a tratou, Dr. Robert Spetzler, assinalou que o glioblastoma em etapa 4 é “um dos tumores mais malignos que existe”, e expressou a sua surpresa pela vitória de Heather contra o câncer.

Nessa ocasião, Heather disse à ABC News que uma das razões pelas quais sobreviveu a sua doença foi porque “Deus tinha um plano para mim”, além disso, “tinha uma grande equipe de médicos e uma maravilhosa família e amigos com uma atitude positiva”.

Heather assegurou que “a mente é muito mais poderosa do que a gente imagina. As pessoas acham que quando têm câncer, ele as matará. Mas eu nunca pensei isso”.

Atualmente, Heather tem uma família e um trabalho a tempo completo, mas destacou que não está “curada”, e que se submete a ressonâncias magnéticas a cada três meses, para checar se o câncer não reapareceu.