O Papa Francisco presidiu nesta segunda-feira na Basílica de São Pedro a missa em sufrágio dos cardeais e bispos falecidos nos últimos doze meses, na qual recordou que a Ressurreição de Cristo “responde à longa busca do povo de Deus, à busca de cada homem e de toda a humanidade”.

Em sua homilia, o Santo Padre afirmou que “esta celebração, graças à Palavra de Deus, é toda iluminada pela fé na Ressurreição. Uma verdade que se fez em caminho no cansaço no Antigo Testamento, e que emerge de maneira explícita justamente no episódio que escutamos, a coleta pelo sacrifício expiatório em favor dos defuntos”.

“Toda a revelação divina –explicou o Papa–, é fruto do diálogo entre Deus e o seu povo, e também a fé na Ressurreição está ligada a este diálogo, que acompanha o caminho do povo de Deus na história”.

“Não admira que um mistério assim tão grande, tão decisivo, tão sobre-humano como aquele da Ressurreição tenha pedido todo o percurso, todo o tempo necessário, até Jesus Cristo. Ele pode dizer: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ (Jo 11, 25), porque Nele este mistério não somente se revela plenamente, mas tem lugar, acontece, torna-se pela primeira vez e definitivamente realidade”.

“O Evangelho que escutamos, que une – segundo a redação de Marcos – o relato da morte de Jesus e aquele do túmulo vazio, representa o ápice de todo aquele caminho: é o acontecimento da Ressurreição, que responde à longa busca do povo de Deus, à busca de cada homem e de toda a humanidade”, afirmou.

Nesse sentido, assinalou que “cada um de nós é convidado a entrar neste acontecimento. Somos chamados a estar primeiro diante da cruz de Jesus, como Maria, como as mulheres, como o centurião; a escutar o grito de Jesus e o seu último respiro e, enfim, o silêncio; aquele silêncio que se prolonga por todo o sábado santo”.

“E depois somos chamados a ir ao túmulo, para ver que a grande pedra foi derrubada; para escutar o anúncio: “Ressuscitou, não está aqui” (Mc 16, 6). Ali está a resposta. Ali está o fundamento, a rocha. Não em “discursos persuasivos de sabedoria”, mas na palavra vivente da cruz e da ressurreição de Jesus”.

“Isto é aquilo que prega o apóstolo Paulo: Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. Se Ele não ressuscitou, a nossa fé é vazia e inconsistente. Mas porque Ele ressuscitou, ou melhor, Ele é a Ressurreição, então a nossa fé está cheia de verdade e de vida eterna”.

Finalmente, o Santo Padre convidou a agradecer pelos cardeais e bispos falecidos, por quem se oferece o Sacrifício Eucarístico, assim como pedir a Virgem Maria que interceda por cada um deles.