O Papa Emérito Bento XVI assistirá neste domingo à beatificação de Paulo VI na Praça São Pedro, que será também o encerramento do Sínodo Extraordinário sobre a Família, informou nesta sexta-feira o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.

Bento XVI foi criado cardeal pelo futuro beato. Do mesmo modo, entre os assistentes estarão o Arcebispo Emérito de São Paulo, Cardeal Paulo Evaristo Arns; e o Penitenciário Maior Emérito, Cardeal William Wakefield Baum; ambos criados cardeais por Paulo VI.

A cerimônia começará às 10h30min na Praça São Pedro. Entretanto, já desde sábado 18 começarão as celebrações com as Vésperas na basílica Romana dos Doze Apóstolos, presidida pelo Arcebispo de Milão (Itália), Cardeal Angelo Scola. Posteriormente, na segunda-feira 20 o cardeal italiano presidirá a Missa de Ação de Graças às 9h30min na basílica de São Paulo Fora dos Muros.

O venerável servo de Deus Giovanni Battista Montini faleceu em 6 agosto de 1978 depois de um pontificado de 15 anos iniciado em 1963.

O milagre que permitiu a beatificação ocorreu nos Estados Unidos em 2001, quando um feto no quinto mês de gravidez entrou em condições críticas pela ruptura da bolsa, a presença de líquido no abdômen, e a ausência de líquido na bolsa amniótica. O diagnóstico médico previa a morte do bebê ainda no ventre materno e, caso sobrevivesse ficaria com más-formações inevitáveis.

A mãe foi aconselhada a interromper a gravidez, mas ela se negou a fazer um aborto. Acompanhada por uma religiosa italiana recorreu à intercessão de Paulo VI. Depois, a situação foi melhorando e o menino nasceu bem aos oito meses em um parto por cesárea.

A consultoria médica da Congregação para as Causas dos Santos certificou em 12 de dezembro do ano passado a cura inexplicável do ponto de vista da ciência médica e em 18 de fevereiro os teólogos do dicastério reconheceram que o milagre aconteceu pela intercessão pedida a Paulo VI.

Paulo VI protagonizou importantes mudanças na Igreja. Algumas de natureza ecumênica, como o seu inesquecível abraço com o patriarca Atenágoras e o mútuo levantamento das excomunhões. Outras mudanças de índole pastoral, como ter iniciado a era moderna das viagens pontifícias com as suas visitas a Terra Santa, a Índia ou a ONU. Além disso, promulgou em 1969 a reforma litúrgica.

As encíclicas escritas pelo futuro beato são Ecclesiam Suam (6 de agosto de 1964), Mense Maio (29 de abril de 1965), Mysterium Fidei (3 de setembro de 1965), Christi Matri (15 de setembro de 1966), Populorum Progressio (26 de março de 1967), Sacerdotalis Caelibatus (24 de junho de 1967), e Humanae Vitae (25 de julho de 1968).