O Bispo Emérito de Roma, Bento XVI, contribuirá com suas orações ao Sínodo Extraordinário dedicado aos desafios pastorais da família no contexto da evangelização que se celebra no Vaticano de 5 a 19 de outubro. Ainda não foi confirmado se o Pontífice Emérito estará presente na beatificação de Paulo VI no último dia da reunião.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, explicou aos jornalistas depois da primeira assembleia do Sínodo Extraordinário, celebrada neste 6 de outubro, que “Bento XVI não participará de um Sínodo tão comprometedor e prolongado. Temos que levar em consideração as suas forças e o fato de que ele está em uma dinâmica de oração e recolhimento”.

Por outro lado, o porta-voz do Vaticano assinalou que o Papa Emérito, “provavelmente” participará com os cardeais e bispos para a cerimônia de beatificação de Papa Paulo VI no próximo dia 19 de outubro na Praça de São Pedro, dia no qual será concluído o Sínodo Extraordinário da Família. “Todos esperamos vê-lo na beatificação de Paulo VI”, disse o Pe. Lombardi.

Atualmente, e desde que deixou o pontificado em 28 de fevereiro de 2013, Bento XVI continuará com a sua agenda habitual dedicada à oração, um itinerário que ele interrompe acolhendo algumas visitas, e com longos passeios pelos Jardins do Vaticano. Joseph Ratzinger foi criado cardeal justamente pelo Papa Paulo VI, o qual instituiu o sistema do Sínodo dos Bispos.

O Papa Paulo VI passará à história por ter escrito a Humanae Vitae, a visionária encíclica sobre a defesa da vida e da família; e por ter concluído o Concílio Vaticano II iniciado em 1962 por São João XXIII.

O milagre atribuído à intercessão do pontífice, falecido em 6 agosto de 1978, Festa da Transfiguração, foi o da cura de uma criança no ventre de sua mãe. Este milagroso evento ocorreu na Flórida, Estados Unidos, em 2001 e seu protagonista é um menino que na 24ª semana de gravidez se encontrava perto da morte.

Exames médicos revelaram a ruptura da bexiga, com ascite –presença de líquido no abdômen–, e de Oligohidrâmnio –ausência de líquido amniótico na bolsa–, e toda tentativa terapêutica resultou ineficaz para resolver a situação.

O diagnóstico foi severo. Era muito provável que o menino morreria dentro do útero ou que nascesse com uma insuficiência renal grave. O ginecologista ofereceu à mãe a opção de abortar, mas a mulher não aceitou a proposta.

Seguindo o conselho de uma religiosa que conheceu o Papa Paulo VI, a avó do menino colocou no ventre da mãe uma imagem do Pontífice com uma relíquia invocando sua intercessão. As orações dirigidas ao Pontífice se multiplicaram em comunidade, primeiro na família, e depois na paróquia.

Às 34 semanas de gestação, novas análises demonstraram que o quadro clínico do menino tinha melhorado e no momento do seu nascimento –uma cesárea às 39 semanas–, o bebê mostrou boas condições e foi capaz de respirar e chorar.

No dia 12 de dezembro de 2013 a junta médica da Congregação para as Causas dos Santos confirmou por unanimidade a cura inexplicável, e no dia 18 de fevereiro os teólogos da congregação reconheceram unanimemente a intercessão de Paulo VI.

O postulador da Causa de Canonização do Papa Paulo VI, Padre Antonio Marrazzo, explicou ao grupo ACI/EWTN que este “foi um milagre em consonância com o magistério do Papa Paulo VI e a defesa da vida, que nos diz que Deus nos protege desde o seio materno, desde o momento em que a vida começa”.