O Pe. Luis Montes, do Instituto do Verbo Encarnado, lançou um apelo à comunidade internacional para que tome medidas necessárias para evitar que o Estado Islâmico cometa um genocídio no Iraque, no seu afã por perseguir e assassinar os cristãos e outras minorias religiosas.

Os bispos vêm pedindo desde o começo, “o representante da Santa Sé perante a ONU está pedindo. Fazem-se permanentes chamados” e é “muito pouco o que se faz”, nem sequer se conseguiu coordenar bem a ajuda humanitária, “estamos falando de centenas de milhares de vidas que precisam do mais básico e parece que nem nisso entram em um acordo”, advertiu o sacerdote em declarações ao Infobae.

O Pe. Montes também denunciou a conivência das nações árabes de maioria sunita para com os jihadistas. “Qatar e Arábia Saudita apoiaram abertamente aos rebeldes que começaram a guerra civil na Síria, e quando o Estado Islâmico ingressou em Mosul, o fez com armas que pegaram da Síria”, assinalou.

Nesse sentido, disse que uma medida necessária é cortar com a ajuda “que chega a este grupo terrorista. Isso é fundamental. Em segundo lugar é necessário urgentemente uma coordenação para uma ajuda humanitária massiva e urgente. Em terceiro lugar, o modo concreto no qual se pode deter este grupo, há duas variantes: a primeira é uma forte pressão sobre o governo de Bagdá para que se produza um governo de unidade, onde se inclua as tribos sunitas”.

“Em relação a uma força internacional armada, eu não o tenho claro, mas certamente apoiar somente a um grupo, por exemplo, aos curdos, tem as suas desvantagens porque o que vão fazer os curdos no futuro com essas armas? Eles buscam a independência, pode-se estar fundamentando as bases para um problema muito maior no futuro”, advertiu.

O sacerdote recordou que “com certeza a defesa é algo legítimo e o que se está cometendo aqui vai chegar a ser genocídio, portanto é necessário detê-los, mas o que teria que haver é a unidade na comunidade para tomar medidas apropriadas, mais convenientes neste caso em concreto”.

O Pe. Montes indicou que é difícil que os jihadistas possam tomar a capital iraquiana, mas assinalou que agora, além de aproximar-se pelo norte, tentam fazê-lo pelo sul da cidade. Entretanto, as últimas derrotas dos islamistas deram esperanças à população.

“As pessoas têm esperanças, porque depois do desastre que significou o avanço do Estado Islâmico, esperam que as partes deixem de lado as suas diferenças e formem um governo de inclusão”, comentou o sacerdote, que se nega a sair do país e assegurou em outras ocasiões que permanecerá com os cristãos “até o final”.

Para ajudar os cristãos iraquianos ingresse em: http://amigosdeiraque.verboencarnado.net/como-nos-ajudar/